Músico norte-americano estava em fase final de gravação de novo disco; autobiografia também deve ser lançada postumamente.
David Thomas, figura central do art-punk norte-americano e vocalista do Pere Ubu e do Rocket from the Tombs, morreu nesta quarta-feira, 23 de abril de 2025, aos 71 anos. A morte ocorreu em sua casa, em Brighton & Hove, no Reino Unido, após uma longa enfermidade.
Segundo comunicado oficial da banda, Thomas partiu ao lado da esposa e da enteada mais nova. O rádio tocava MC5, grupo que influenciou diretamente a formação do Rocket from the Tombs em Cleveland, Ohio, no início dos anos 1970.
Nascido David Lynn Thomas em 1953, o músico construiu uma carreira marcada por experimentações e confrontos com os padrões do rock. Entre os feitos, esteve à frente do Pere Ubu desde 1975, banda que combinou punk com texturas eletrônicas, ruídos e improvisação.
A nota divulgada pela equipe de Thomas informa que ele gravava um novo álbum no momento de sua morte. O trabalho, segundo os integrantes, será finalizado e lançado conforme desejo expresso do próprio cantor.
Além do disco, há um esforço em andamento para digitalizar gravações ao vivo, que serão disponibilizadas via Bandcamp. Thomas também deixava quase pronta uma autobiografia, que será finalizada pela equipe responsável.
O músico queria ser sepultado de forma simples. De acordo com a nota, ele será levado para uma fazenda na Pensilvânia, local onde desejava ser “jogado dentro do celeiro”.
O Pere Ubu mantém desde 2020 um canal ativo no Patreon, que continuará como comunidade liderada pelo coletivo Communex. Os conteúdos incluem arquivos raros, demos e textos sobre o processo criativo da banda.
Thomas ficou conhecido por seu vocal inconvencional e presença de palco singular. Em uma das falas registradas no documentário Frigo, ele resumiu seu papel na música: “Meu nome é David Fucking Thomas… e eu sou o vocalista da melhor porra de banda de rock n’ roll do mundo”.
Com mais de quatro décadas de carreira, David Thomas deixou uma obra inquieta, que atravessou o punk, a vanguarda eletrônica e o experimentalismo literário, sem buscar rótulos. Seu último álbum pode não apenas encerrar uma discografia, mas também reafirmar a inquietação que sempre definiu sua trajetória.
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