Morre o cantor Ozzy Osbourne, aos 76 anos

Luis Fernando Brod
5 minutos de leitura
Ozzy Osbourne. Foto: Reprodução.

O cantor Ozzy Osbourne, conhecido como vocalista do Black Sabbath, morreu aos 76 anos, após longa batalha de saúde.

Leia a história de Ozzy Osbourne

Diagnosticado com Parkinson em 2020, o músico vinha enfrentando complicações nos últimos anos, incluindo cirurgias na coluna.

A informação foi confirmada por familiares próximos. Ele estava em casa, acompanhado da esposa, Sharon, e dos filhos.

Ozzy havia realizado sua última apresentação no dia 5 de julho, em Birmingham, no evento chamado “Back to the Beginning”. Desde 2019, Ozzy enfrentava uma sequência de problemas físicos que afetaram sua mobilidade e sua vida artística.

Além do Parkinson, ele passou por cirurgias na coluna e no pescoço, e ficou internado por longos períodos. Para o show em Birmingham, precisou de acompanhamento terapêutico intenso e subiu ao palco sentado em um trono preto.

Mesmo assim, insistiu em cantar diante do público pela última vez, como forma de agradecimento à sua base de fãs.

Durante os ensaios para a apresentação de despedida, Sharon Osbourne comentou o esforço diário do marido. “Ozzy está trabalhando com seu terapeuta todos os dias. Ele quer entregar o melhor para os fãs”, disse ao The Mirror.

A cerimônia ganhou um tom ainda mais pessoal quando Kelly Osbourne, filha mais nova do casal, anunciou seu noivado. O pedido foi feito diante dos pais no estádio Villa Park, durante o evento de despedida, no final de junho.

Em entrevista à revista Metal Hammer, pouco antes do show de despedida, Ozzy disse que ainda planejava seguir gravando. “Se os projetos me interessarem, vou continuar cantando”, afirmou. “Ainda gosto de trabalhar com outras pessoas.”

Ele contou que, apesar da despedida dos palcos, não via motivos para interromper totalmente sua produção musical. A gravação de músicas novas vinha sendo feita em casa, com apoio de músicos e técnicos próximos ao artista.

Na mesma entrevista, Ozzy refletiu sobre sua trajetória com o Black Sabbath e os laços que manteve com os ex-colegas. “Desde os anos 60, somos uma das poucas bandas com os membros originais ainda vivos e conversando entre si”, disse.

A declaração foi interpretada como um tributo à formação clássica da banda, que revolucionou o heavy metal nos anos 70. Ozzy esteve à frente do grupo até 1979, voltando em reuniões esporádicas nas décadas seguintes.

Ao longo da carreira, Osbourne lançou 13 álbuns com o Black Sabbath e 13 em carreira solo, iniciada em 1980. Seu primeiro disco solo, “Blizzard of Ozz”, marcou época com faixas como “Crazy Train” e “Mr. Crowley”.

Mesmo com altos e baixos na saúde e na vida pessoal, manteve presença constante no rock por mais de cinco décadas. Nos últimos anos, lançou os álbuns “Ordinary Man” (2020) e “Patient Number 9” (2022), gravados já com limitações físicas.

Ozzy costumava dizer que os fãs eram a força que o motivava a continuar, mesmo com as dificuldades crescentes. Sua esposa, Sharon, reforçava esse sentimento, descrevendo o carinho do público como combustível emocional do músico.

Em diversas entrevistas, ele ressaltava o desejo de se despedir nos palcos, de forma direta e transparente. Assim, o show em Birmingham se tornou um fechamento simbólico de sua trajetória pública, conduzido com dignidade.

Ozzy Osbourne será lembrado por sua voz marcante, sua presença de palco e sua contribuição à história do heavy metal. Apesar da morte, seu repertório segue disponível, influenciando novas gerações de músicos e fãs ao redor do mundo.

Até os últimos dias, ele ainda fazia planos para continuar gravando, provando sua dedicação à música. A despedida aconteceu como ele queria: com um microfone nas mãos, cercado por família, amigos e público fiel.

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