Em novo trecho de sua newsletter The Red Hand Files, Nick Cave revelou ter recusado um convite de Morrissey. A proposta envolvia participação em uma faixa inédita, marcada por um texto com tom político que Cave classificou como “desnecessariamente provocativo”.
Segundo o músico australiano, os dois mantiveram uma troca de e-mails amigável no ano passado. Morrissey teria sugerido que Cave participasse de uma nova composição, que descreveu como “bastante bonita”.
No entanto, o conteúdo da canção acabou por afastá-lo do projeto. “A música começava com uma longa e totalmente irrelevante introdução de bouzouki grego”, escreveu Cave. Em seguida, ele explicou que o convite não era para cantar, mas para narrar um texto crítico à cultura “woke”.
Cave resumiu a proposta como “um discurso anti-woke ligeiramente tolo”. E justificou a recusa: “Apesar de talvez concordar com parte do sentimento, simplesmente não era a minha praia”.
Para ele, posicionamentos políticos — culturais ou não — prejudicam sua relação com a arte. “Acho que isso tem um efeito redutor e é contrário ao que tento alcançar na música”, afirmou.
Por fim, ele confirmou sua recusa com simplicidade: “Então… recusei educadamente. Disse não”.
Apesar da negativa, Cave demonstrou respeito pelo ex-vocalista dos Smiths. No mesmo texto, elogiou o trabalho de Morrissey como letrista. “Provavelmente é o melhor de sua geração — certamente o mais estranho, engraçado, sofisticado e sutil”, escreveu.
A declaração repercute em um momento em que Morrissey tem enfrentado dificuldades para lançar seu próximo álbum, Without Music the World Dies. Ainda sem selo confirmado, o disco já teve lançamento adiado várias vezes desde 2023.
Deixe um comentário