A proibição da revenda de ingressos no Reino Unido ganha forma com as regras divulgadas pela secretária da Cultura, Lisa Nandy, que prometeu “o fim dos cambistas”.
Pelo novo plano, será ilícito revender bilhetes de shows, esportes, teatro ou comédia por qualquer valor acima do preço original. A expectativa do governo é reduzir em cerca de 37% o custo médio de ingressos revendidos e economizar aos fãs aproximadamente £115 milhões por ano.
A fiscalização ficará a cargo da Competition and Markets Authority (CMA). Plataformas que descumprirem o limite poderão ser multadas em até 10% de sua receita anual, independentemente do país em que estejam sediadas. Segundo Nandy, “se uma empresa global atingir consumidores britânicos, ela terá de obedecer às nossas leis”.
O projeto ainda precisa passar pela nova sessão legislativa, ser votado na Câmara dos Comuns e na Câmara dos Lordes para entrar em vigor. O governo inclui o tema no discurso do rei e diz cumprir compromisso de campanha.
Artistas como Radiohead, Sam Fender, Dua Lipa, Bastille, Alt-J, Mumford & Sons e gestores de Coldplay saudaram a medida, alegando que ela protege o público de sobrepreços abusivos. Grupos de fãs também comemoraram o provável recuo no uso de bots que compram grandes lotes de ingressos.
A prática de “preços dinâmicos”, que altera valores durante a venda inicial, foi analisada na mesma consulta pública, mas não será proibida. Nandy afirma que a prioridade é garantir transparência: sites deverão informar claramente ao comprador quando esse modelo estiver sendo aplicado.
A empresa de revendas Viagogo criticou o teto, alegando que restrições semelhantes, em outros países, empurraram consumidores para canais não regulados, onde a fraude é maior. O governo, no entanto, mantém o cronograma e diz que a combinação de limite de preço e poder de multa da CMA dará segurança aos fãs.
