Radiohead descarta voltar a Israel, diz Thom Yorke

Luis Fernando Brod
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Radiohead. Crédito: Roberto Panucci/Corbis.

Radiohead e Israel não voltarão a se cruzar, segundo Thom Yorke, que afirmou ao The Sunday Times que a banda “absolutamente” não tocará mais no país e que ele “não gostaria de estar a 8.000 quilômetros do regime Netanyahu”.

Yorke reforçou sua posição após ser lembrado do show de 2017 em Tel Aviv, realizado apesar de protestos do movimento BDS e de nomes como Roger Waters. Na entrevista, o vocalista disse que as críticas “o tiram o sono”, mas rejeitou a ideia de que isso apague a trajetória do grupo: “Não sou uma pessoa má”.

A fala contrasta com a de Jonny Greenwood. Casado com uma artista israelense e parceiro do músico Dudu Tassa, o guitarrista afirmou não sentir “lealdade ou respeito” pelo governo, mas sim pelos artistas locais. Para ele, boicotes podem ser usados pelas autoridades como justificativa para endurecer posições. “Seria mais perigoso”, avaliou, dizendo-se “assustado” por admitir colaborações com músicos árabes e judeus.

Greenwood revelou estar em estúdio com instrumentistas do Oriente Médio e lamentou ter “arrastado Thom e os outros para esse problema”, mas recusou-se a “pedir desculpas por trabalhar com músicos”.

Ed O’Brien sugeriu que a banda poderia ter tocado também em Ramallah, enquanto Philip Selway considerou “impossível” romper com Greenwood, o que, segundo ele, significaria “acabar com o grupo”.

Apesar do impasse, Radiohead retorna aos palcos em novembro, após sete anos, com residências esgotadas em Madrid, Bolonha, Londres, Copenhague e Berlim. O repertório está reduzido a cerca de 65 canções, que os integrantes revisam antes do giro europeu.

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