A tensão entre o músico Bruce Springsteen e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ganhou novos capítulos nos últimos dias. Após críticas feitas por Springsteen durante o show de abertura da turnê “The Land of Hope and Dreams”, em 14 de maio, em Manchester, Trump ameaçou investigá-lo por suposto envolvimento político nas eleições anteriores.
Springsteen, no entanto, manteve firme o tom das apresentações e lançou, em 21 de maio, o EP ao vivo “Land of Hope and Dreams”, que inclui falas contrárias ao ex-presidente. O músico norte-americano tem aproveitado a turnê pelo Reino Unido para reiterar seu posicionamento político.
Durante esse cenário, Robert Plant se posicionou publicamente a favor de Springsteen. Em 20 de maio, durante um show da banda Saving Grace, na cidade de Tampere, na Finlândia, Plant comentou a postura do colega no palco.
“Bruce Springsteen está em turnê no Reino Unido agora e está lançando coisas realmente sérias”, disse o vocalista. “Então prestem atenção nele. E vamos todos torcer para que possamos ser ‘amigos’”, comentou antes de interpretar “Friends”, do Led Zeppelin, segundo a revista Classic Rock.
A reação de Trump às falas de Springsteen incluiu críticas diretas ao artista e menções a possíveis ações judiciais. Segundo relatos, ele teria mencionado uma investigação relacionada ao apoio do cantor à candidata democrata Kamala Harris, durante a campanha eleitoral de 2020.
Além de Plant, Neil Young também se manifestou. Em nota publicada em seu site oficial, o músico canadense criticou Trump com veemência. “Você está mais preocupado com o que os roqueiros estão dizendo do que com as crianças morrendo em Gaza”, escreveu.
Young questionou as prioridades do ex-presidente e mencionou o fechamento da FEMA (Agência Federal de Gestão de Emergências) como um dos pontos de insatisfação. “Trump, você está descontrolado. Precisamos de um presidente de verdade!”, concluiu.
A frase “86/47”, usada por Neil Young na publicação, ecoa o post feito por James Comey, ex-diretor do FBI. “47” remete à tentativa de Trump em reassumir como 47º presidente. Já “86” seria uma referência a uma gíria que passou a simbolizar a ideia de “remover” ou “eliminar”.
A nova turnê de Springsteen segue marcada por discursos políticos e releituras intensas de músicas como “The Rising” e “Land of Hope and Dreams”. O cantor já havia se envolvido em disputas públicas com Trump desde 2016, período em que se tornou crítico frequente do governo republicano.
Robert Plant e Neil Young, veteranos do rock, reforçaram, com suas falas, o ambiente de polarização que atravessa também o universo musical. Ao tomarem posição, somam vozes a um cenário em que artistas têm buscado reafirmar seus espaços também como cidadãos.
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