Slipknot defende uso de IA e considera a tecnologia uma aliada na etapa de composição, afirmou o percussionista Shawn “Clown” Crahan em entrevista ao site The Escapist.
Crahan declarou que utiliza recursos de inteligência artificial “em 190 %” de suas tarefas criativas, chamando o sistema de “professor de bolso” que executa exatamente o que lhe é solicitado. Segundo ele, a prática não é recente: “Venho usando IA a vida inteira, é apenas a evolução das ferramentas tecnológicas”, explicou.
O músico revelou que insere poemas autorais no programa e pede sugestões de melodias sem alterar uma única palavra do texto original. “Prefiro receber várias opções de interpretação imediatas a depender de um produtor famoso que talvez nem aceite o trabalho e custe US$ 150 mil”, comparou.
Apesar do entusiasmo do integrante do Slipknot, a adoção da IA divide o setor cultural. Em maio, nomes como Elton John, Paul McCartney, Coldplay e Dua Lipa assinaram carta solicitando revisão das leis de direitos autorais, temendo prejuízos para compositores iniciantes. McCartney chegou a alertar que o mercado poderia virar “Velho Oeste” caso a regulamentação proposta fosse aprovada.
No cinema, Leonardo DiCaprio questionou se algoritmos seriam capazes de produzir arte com significado duradouro, apontando canções híbridas como fenômenos fugazes da internet.
Para Crahan, porém, a discussão passa pelo modo como a tecnologia é usada: “Se a máquina me ajuda a explorar minhas próprias ideias, por que não aproveitar?” A banda não anunciou planos formais de lançar músicas geradas por IA, mas o percussionista reforçou que continuará recorrendo à ferramenta sempre que julgar necessário.




