Smokey Robinson processa ex-governantas e advogado por difamação e pede US$ 500 milhões

O cantor e compositor Smokey Robinson, um dos nomes mais reconhecidos da era Motown, apresentou nesta semana uma reconvenção por difamação. O novo processo responde às acusações feitas no dia 6 de maio por quatro ex-governantas, que o acusam de abuso sexual e estupro.

A ação judicial movida por Robinson, de 85 anos, solicita uma indenização de US$ 500 milhões. Ele afirma ter sido alvo de um plano extorsivo arquitetado pelas mulheres em conjunto com o advogado John W. Harris. O cantor e sua esposa, Frances Robinson, também são representados na reconvenção.

Segundo o documento, as acusações divulgadas em uma coletiva de imprensa não estariam protegidas pelo privilégio legal garantido em processos judiciais. “As autoras podem fazer alegações em uma petição inicial, mas não têm esse direito em coletivas de imprensa gratuitas e autopromocionais”, afirma a denúncia.

O processo menciona declarações feitas pelo advogado Harris durante a coletiva, nas quais ele teria chamado Robinson de “estuprador em série e doentio”. A defesa argumenta que essas falas ultrapassam os limites legais de um litígio civil e causam prejuízo direto à imagem pública do músico.

Robinson também contesta a versão apresentada pelas ex-funcionárias sobre a relação de trabalho. Alega que ele e a esposa sempre as trataram com respeito, oferecendo presentes como roupas, dinheiro para tratamento odontológico, ingressos para shows e até um automóvel.

A ação inclui mensagens de texto trocadas entre o artista e uma das ex-governantas. Em uma delas, datada de fevereiro de 2020, a funcionária lhe deseja feliz aniversário. Outra mensagem mostra um convite para um jantar de formatura do filho da funcionária. A defesa alega que isso contradiz as acusações.

Além das mensagens, o processo traz uma foto de uma das autoras ao lado de Frances Robinson, durante uma viagem a Cabo San Lucas, no México. O casal considera essas evidências como sinais de uma relação amistosa e sem coação.

Em um pedido adicional, os Robinsons exigem que as autoras sejam obrigadas a se identificar nos autos. Argumentam que o anonimato dificulta a apresentação de uma defesa clara. “As alegações são tão desconexas da realidade que os Robinsons não conseguem identificar qual ‘Jane Doe’ é qual”, diz a petição.

A defesa cita ainda que duas das autoras seriam irmãs, sendo que uma teria indicado a outra para o trabalho em um momento no qual alegava já estar sendo abusada. A contradição é apontada como um dos indícios de inconsistência na versão apresentada.

A legislação da Califórnia permite o uso de pseudônimos em ações civis, desde que o autor prove risco concreto de dano físico ou emocional caso se identifique. No entanto, essa proteção precisa ser justificada por um interesse superior à transparência pública.

O processo original, apresentado em Los Angeles no dia 6 de maio, pede US$ 50 milhões em indenização. As ex-governantas acusam Robinson de isolar e abusar sexualmente delas em suas residências na Califórnia e em Las Vegas, entre 2007 e anos mais recentes.

Em pronunciamento durante a coletiva, o advogado John W. Harris afirmou que “nenhuma quantia pode compensar essas mulheres pelo que passaram”. Segundo ele, o valor solicitado reflete a gravidade do comportamento atribuído ao cantor.

Três das autoras disseram ter permanecido em silêncio por medo de perder o emprego ou enfrentar consequências relacionadas ao status migratório. A ação também destaca que Robinson seria uma figura intimidadora, devido à sua notoriedade e círculo social influente.

Procurado pela imprensa norte-americana, o advogado John W. Harris ainda não se manifestou sobre a nova ação movida pelo cantor. A equipe de defesa de Smokey Robinson classificou a denúncia original como “vil e baseada em falsas alegações”.

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