O programa Som do RS, que tem como objetivo valorizar a música e as bandas do Rio Grande do Sul, anunciou as nove bandas selecionadas para a próxima etapa do projeto. A iniciativa, financiada com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, busca fortalecer a cena musical regional por meio de mentorias, produção de shows, gravações e imersões. A nova fase inclui ensaios, uma composição coletiva, mentorias presenciais e apresentações em eventos organizados pelo projeto. A grande final está prevista para 2026.
A seleção foi realizada por um grupo de mentores, a equipe do Som do RS e um representante do Museu do Hip Hop, parceiro do projeto. Os critérios avaliados foram: dinâmica, presença, estética, diversidade, inclusão e a formação da proposta artística de cada banda.
As nove bandas selecionadas
As bandas escolhidas representam uma ampla diversidade de estilos musicais e regiões do estado. Confira os destaques:
- Gabi Lamas (São Lourenço do Sul): A cantora e compositora mistura ritmos brasileiros como sertanejo, baião e milonga com rock alternativo, criando um som performático e irônico. Seu disco de estreia, “Bibelô”, lançado em 2023, já a posiciona como um dos nomes promissores da cena independente do RS.
- Batuca na Bituca (Taquara): A banda combina indie rock com ritmos brasileiros como samba, forró e baião, abordando temas existenciais e sociais. Com dois EPs e um álbum de estúdio, já acumula prêmios em festivais importantes, como o Festival Itinerante de Música Brasileira.
- Ziladxg e A Virgo (Novo Hamburgo): Enquanto Ziladxg traz autenticidade ao rap com influências de jazz, samba e psicodelia, A Virgo aposta em uma mistura de rock alternativo, lo-fi e psicodelia contemporânea, criando performances imersivas e sensoriais.
- Leu Kalunga e Freak Brotherz (Pelotas): Leu Kalunga celebra suas raízes nordestinas com forró pé de serra e canções autorais que promovem intercâmbio cultural. Já a Freak Brotherz mistura hardcore, funk, heavy metal e rap, com uma trajetória consolidada em festivais e shows ao lado de grandes nomes da música brasileira.
- Jalile e Camila Dalbueno (Porto Alegre): Jalile traz uma estética tropical e contemporânea, misturando R&B, soul e funk com ritmos nacionais, enquanto Camila Dalbueno une pop, rock gaúcho e milonga em composições que exploram temas como amor, identidade e corpo.
- Cha de Broders (Santa Maria): A banda apresenta um rock alternativo performático, com influências de metal melódico e loops de percussão eletrônica. Seu EP “Dreaming Wide Awake” já rendeu prêmios e indicações em festivais.
- Fabiano Torres Trio (Santana do Livramento): O grupo celebra a música regional do RS, misturando elementos contemporâneos e preservando as tradições culturais da fronteira.
- Rap Pampa Crew e Código Penal (Uruguaiana e Sapucaia do Sul): Rap Pampa Crew traz beats inspirados no boom bap dos anos 80/90, com letras que abordam questões sociais e políticas. Código Penal mistura hardcore e rap, com influências de bandas como Body Count e Public Enemy.
- Supervão e Miri Brock (São Leopoldo e Santa Maria): Supervão, banda de indie rock, já se apresentou em festivais como Bananada e Morrostock, enquanto Miri Brock mistura pop dançante com letras que celebram amores fluidos e diversidade.
Sobre o projeto Som do RS
O Som do RS começou com o mapeamento e cadastro de bandas em nove regiões do estado. Cada grupo inscrito teve acesso a cinco mentorias ao vivo, ministradas por grandes nomes da música brasileira, como Pena Schmidt, Dani Ribas, Fernanda Couto, Edson Natale, Dríade Aguiar e Cristina Baum. Essas mentorias abordaram temas como produção musical, gestão de carreira e estratégias de mercado.
Agora, na nova etapa, as bandas selecionadas participarão de um plano integral que inclui:
- Ensaios e gravações: As bandas terão a oportunidade de gravar suas músicas em estúdios profissionais, com acompanhamento técnico e artístico.
- Composição coletiva: Os artistas trabalharão juntos em uma criação inédita, promovendo a troca de experiências e a integração entre diferentes estilos musicais.
- Mentorias presenciais: Especialistas do mercado da música oferecerão orientações práticas sobre performance, produção e gestão de carreira.
- Imersão em São Paulo: As bandas participarão de atividades na capital paulista, incluindo apresentações e networking com profissionais da indústria musical.
- Produção de shows: Os grupos se apresentarão em eventos organizados pelo projeto, ampliando sua visibilidade e conexão com o público.
A grande final, prevista para 2026, promete ser um marco na valorização da música gaúcha, reunindo os talentos que se destacarem ao longo das etapas.
Impacto cultural e diversidade
O Som do RS não apenas promove a música regional, mas também reforça a importância da diversidade cultural e da inclusão. As bandas selecionadas representam diferentes gêneros musicais, como rock, rap, MPB, forró, R&B e hardcore, além de trazerem narrativas que dialogam com questões sociais, políticas e identitárias.
O financiamento do projeto, realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, demonstra o papel essencial das políticas públicas no incentivo à cultura e na valorização de artistas independentes. Ao conectar diferentes regiões do estado e promover a integração entre estilos musicais, o Som do RS fortalece a identidade cultural do Rio Grande do Sul e projeta seus talentos para o cenário nacional.