Spotify remove 75 milhões de músicas geradas por IA em uma ofensiva contra faixas destinadas a enganar ouvintes e atrapalhar artistas, informou a plataforma ontem, 25 de setembro.
Segundo comunicado, o serviço de streaming adotará uma nova política de impersonação (cópia adicional) após relatos de canções criadas por inteligência artificial aparecendo em perfis de músicos falecidos. A medida vem acompanhada de um filtro de spam atualizado, previsto para entrar em vigor no outono de 2025, capaz de barrar envios em massa, duplicatas, truques de SEO e abusos com faixas artificialmente curtas.
O sistema também marcará contas suspeitas e deixará de recomendar seus conteúdos. Paralelamente, a empresa intensifica parcerias com distribuidoras para combater o “content mismatch”, quando um impostor publica música no perfil de outro artista. O prazo de revisão desse material foi reduzido, permitindo que criadores denunciem problemas ainda no estágio de pré-lançamento.
Para aumentar a transparência, o Spotify passará a indicar aos ouvintes o papel da IA em cada faixa — seja em vocais, composição, produção, instrumentação, mixagem ou masterização. “Apoiamos o uso criativo da tecnologia, mas vamos agir contra abusos”, declarou a companhia.
A iniciativa surge em meio a números crescentes de produção automatizada: o Deezer revelou recentemente que 28 % de seu acervo novo é totalmente gerado por IA, enquanto o suposto grupo virtual The Velvet Sundown chegou a 400 mil ouvintes mensais em menos de um mês. Esses casos reforçaram a pressão sobre plataformas para proteger a autoria musical.