O vocalista Thom Yorke compartilhou uma declaração extensa nesta semana, meses após um episódio ocorrido durante um show em Melbourne, na Austrália. A apresentação, parte de sua turnê solo, aconteceu em outubro de 2024 e foi marcada por um momento de tensão com o público.
Durante a execução da última música, um espectador gritou palavras de apoio à Palestina. Yorke reagiu ao protesto diretamente: “Suba naquele maldito palco e diga o que você tem a dizer… Quer estragar a noite de todo mundo? Te vejo mais tarde”.
Na declaração mais recente, publicada em maio de 2025, o músico refletiu sobre o momento e suas consequências. Segundo ele, o silêncio durante a turnê não foi sinônimo de indiferença.
“Não pareceu o melhor momento para falar sobre a catástrofe humanitária que se desenrolava em Gaza”, escreveu Yorke. Ele também disse ter ficado “chocado” ao perceber que sua ausência de posicionamento foi interpretada como cumplicidade.
De acordo com o artista, a decisão de não se pronunciar buscava respeitar as vítimas do conflito. “Minha tentativa de demonstrar respeito… permitiu que grupos oportunistas preenchessem as lacunas com intimidação e difamação”, acrescentou.
O músico também apontou os efeitos desse episódio sobre sua saúde mental. “Isso afetou seriamente minha saúde mental”, afirmou, mencionando as pressões recebidas durante a turnê.
Yorke também retomou críticas anteriores ao ser questionado sobre shows do Radiohead em Israel. “Netanyahu e seu bando de extremistas estão completamente fora de controle e devem ser detidos”, escreveu.
Ao mesmo tempo, condenou com veemência as ações do Hamas, com destaque para os ataques ocorridos em 7 de outubro de 2023. “O Hamas opta por se esconder atrás do sofrimento de seu povo… para seus próprios fins”, opinou.
Sobre as cobranças feitas a artistas para se posicionarem diante de tragédias, Yorke manifestou desconforto com o que chamou de “caça às bruxas nas redes sociais”. Para ele, “isso faz muito pouco além de aumentar a tensão e simplificar questões complexas”.
O artista também criticou a ideia de que postagens curtas possam resolver dilemas tão profundos. “Acredito que é uma ilusão perigosa pensar que escrever mensagens de uma ou duas linhas faça sentido”, pontuou.
Thom Yorke finalizou o texto com um apelo humanitário. “Espero poder me juntar aos muitos milhões que rezam para que esse sofrimento, esse isolamento e essa morte acabem”, escreveu.
A reflexão completa surge em um momento no qual artistas seguem divididos sobre como lidar publicamente com conflitos geopolíticos. O tom adotado por Yorke demonstra cautela diante de temas que envolvem sofrimento humano e polarização política.
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