25 anos de White Pony do Deftones | RD #076

Marcelo Scherer
5 minutos de leitura

Nesta edição histórica, Marcelo Scherer, junto com Luis Fernando Brod e o nosso correspondente australiano internacional, Afonso Scherer, mergulhamos nos 25 anos de um álbum que beira a perfeição: o aclamado White Pony, do Deftones!

Este não é apenas um disco, é uma obra-prima, e o consenso é que foi o trabalho que a banda utilizou para colocar um ponto final (ou pelo menos uma pedra) no famigerado rótulo de New Metal.

A fuga do gênero e a chegada da Madonna

Lançado em 2000, White Pony fez com que a banda se diferenciasse do que muita gente não gosta no New Metal. Enquanto o movimento se tornava genérico, virando uma fábrica de bandas que seguiam uma fórmula, o Deftones buscava ir além, e o termo “alternative metal” cabe muito mais a eles.

Mas, olha que loucura, o início de tudo foi com a Rainha do Pop! Foi a própria Madonna quem descobriu o Deftones! Ela assistiu a um show em Los Angeles, pediu uma demo e forçou a gravadora Maverick a contratá-los, resultando no lançamento de Adrenaline (1995).

Com White Pony, o caminho foi totalmente autoral. O disco é fruto de um processo muito bom para a banda, que estava experimentando muito no estúdio. Em vez de apenas peso, eles entregaram muita atmosfera diferenciada, misturando elementos de trip hop, post rock e shoegaze.

Guitarras sujas e o Chino Moreno shoegazer

Um dos grandes diferenciais sonoros deste álbum veio do próprio Chino Moreno. Enquanto Stephen Carpenter (o outro guitarrista) é mais do metal, Chino Moreno começou a tocar guitarra neste álbum. Isso fez com que as texturas do disco ficassem mais densas, mais melancólicas e mais lamacentas (quase um shoegaze pé na porta).

E o disco não tem medo de criticar a cena que o abraçou. A faixa “Elite” é uma crítica total às bandas de New Metal da época, apontando o estereótipo e o fato do gênero ter se tornado caricato.

Lendas, hits secretos e ícones brasileiros

O White Pony é cheio de histórias bizarras, como a origem do nome. Afonso revelou que não tem nada a ver com o pó branco que vicia. Na verdade, o nome veio de uma música New Wave do Dinamarquês Lay Back, chamada “White Horse” que citava “White Pony”.

Mas a mais inacreditável é a lenda que envolve a faixa “Feiticeira”. Dizem que o Chino Moreno se inspirou na famosa personagem da televisão brasileira dos anos 90 para fazer a música! A temática de fetiches permissivos e até síndrome de Estocolmo da letra casa perfeitamente com esse ícone. Que loucura pensar que uma bizarrice da nossa TV inspirou uma faixa do Deftones!

Outra curiosidade é sobre o grande hit: “Back to School (Mini Maggit)”. Essa música nem estava no lançamento original do álbum! A gravadora exigiu um single. O que os caras fizeram? Pegaram a última música do álbum, “Pink Maggit,” aceleraram um pouquinho, colocaram alguns elementos e transformaram no hit que deu a estética dos anos 2000 para o Metal.

A relevância eterna e a geração Z

O mais impressionante é como o Deftones dialoga com as novas gerações. O Brod e o Afonso notaram que o Deftones é unanimidade entre a Geração Z! A molecada está usando a estética dos anos 90/2000 (calça larga, Adidas, camisetas da banda)!

Isso traz esperança, mas também levanta um debate: essa celebração de um disco de mais de duas décadas não seria um sinal de que a juventude está vivendo de revival e perdeu a capacidade de criar algo novo e relevante, como apontava Mark Fisher?.

As favoritas dos hosts

Se você vai ouvir White Pony hoje, qual faixa escolher? Os hosts do Redação DISCONECTA fizeram suas escolhas:

  • Afonso fica com a densidade de “Digital Bath” (sua favorita) e também recomenda “Knife Party” e “Elite”.
  • Brod concorda com “Knife Party” e destaca “Passenger”, achando-a uma música pesada que ainda tem o toque New Metal.
  • Marcelo prefere as mais arrastadas, que fogem mais do tradicional, como “Digital Bath,” “Passenger,” “Change” e “RX Queen” (que conta com a participação do Scott Weiland, do Stone Temple Pilots).

Fechamos, meus caros, mais um Redação DISCONECTA falando de um dos álbuns mais relevantes da carreira da banda e dos anos 2000. Uma banda que se mantém relevante e continua fazendo som para caramba!

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