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2112 – O álbum que salvou o Rush

2112 é um álbum amplamente aclamado e reconhecido como um dos pilares fundamentais do gênero rock progressivo. Este trabalho não é apenas um marco na evolução da banda, mas também serve como um ponto de virada significativo na vasta história do rock, com sua abordagem inovadora combinando complexidade musical e narrativa, estabeleceu novos padrões e expandiu as fronteiras do que era possível dentro do gênero.

O álbum continua a ser celebrado por seu impacto duradouro e influência que se estendeu por várias gerações, marcando-o como uma obra de arte atemporal no cenário musical.

Gravado no Toronto Sound Studios, em Toronto, Canadá, durante os últimos meses de 1975, o álbum 2112 nasceu como um produto notável da colaboração simbiótica entre a banda Rush e o renomado produtor Terry Brown e esta aliança provou ser crucial na definição do som distintivo da banda, uma sonoridade que se destacou pela sua inovação e refinamento técnico.

2112 representa uma reviravolta ousada em relação aos projetos anteriores do Rush, com uma inclinação para uma estética mais progressiva e orquestral, o álbum cria uma trama sonora que integra a energia do hard rock com estruturas musicais complexas e narrativas envolventes. Esta combinação gerou uma experiência auditiva grandiosa e teatral, carregada de emoção e drama.

2112 vai além da simples criação de músicas, transformando-se numa verdadeira odisséia musical que desafia gêneros e convenções. O álbum é um testemunho da habilidade da banda e de Brown em unir a intensidade do rock com a profundidade e complexidade do progressivo, estabelecendo um novo paradigma na música contemporânea.

A abordagem inovadora no emprego de elementos sinfônicos, juntamente com a habilidade em tecer histórias através das melodias, resultou numa obra que não apenas captura a essência da sua era, mas também continua a inspirar e ressoar através das décadas.

Embora tenha enfrentado uma variedade de críticas em seu lançamento, 2112 rapidamente conquistou o coração e a admiração de uma extensa e fervorosa base de fãs, desempenhando um papel crucial na ascensão do Rush ao estrelato no cenário musical internacional.

Este álbum surgiu como um ponto de virada fundamental na carreira da banda, atuando como um elemento salvador em um momento crítico, onde enfrentavam o risco de serem dispensados pela sua gravadora. O sucesso comercial e a popularidade de 2112 não apenas resgataram a banda dessa ameaça, mas também solidificaram de maneira definitiva sua posição como uma força dominante e inovadora no mundo do rock.

2112 foi muito mais do que um mero sucesso, o álbum se tornou um marco, criando um novo padrão para o gênero do rock progressivo. Sua influência se estendeu amplamente, inspirando inúmeras bandas e artistas nos anos que se seguiram. A singularidade do álbum, a complexidade de sua música e a profundidade de suas letras não apenas desafiaram as normas da época, mas também abriram novos horizontes para a exploração criativa no mundo da música.

Com 2112, o Rush não só assegurou seu legado, mas também influenciou o futuro do rock, deixando uma marca que continua a influenciar e inspirar gerações de músicos e fãs.

Faixa a faixa

  • 2112: Esta faixa é uma suíte dividida em sete partes, sendo a peça central e a mais ambiciosa do álbum. A música conta a história de um mundo distópico governado pela “Priesthood of the Temples of Syrinx”, onde toda a criatividade e expressão individual são reprimidas, aonde o protagonista descobre uma guitarra antiga e aprende a tocá-la, representando a esperança e o poder da expressão criativa. Ele apresenta a guitarra aos sacerdotes, mas é rejeitado, levando a um final dramático e trágico.
  • A Passage to Bangkok: Esta música é uma espécie de odisseia, uma jornada por diferentes países, cada um representando um tipo diferente de narcótico. A faixa é conhecida por suas referências veladas a drogas, mas também pode ser vista como uma celebração das diferentes culturas e experiências ao redor do mundo.
  • The Twilight Zone: Inspirada pela série de TV de mesmo nome, esta música apresenta duas histórias curtas baseadas em episódios específicos do programa. Ela explora temas de realidade alternativa e percepções distorcidas, típicas do gênero de ficção científica.
  • Lessons: Escrita pelo guitarrista Alex Lifeson, esta é uma faixa mais leve e otimista. Ela fala sobre aprender com as experiências da vida e encontrar alegria e liberdade na jornada da vida.
  • Tears: Uma balada suave, composta pelo baixista e vocalista Geddy Lee, destaca-se por seu tom emocional e introspectivo. É uma música sobre perda e despedida, e é notável por ser uma das poucas músicas do Rush que apresenta um mellotron.
  • Something for Nothing: A faixa final do álbum volta ao tema da auto-capacitação e da luta contra a conformidade. Ela encoraja o ouvinte a tomar a iniciativa em sua vida e a lutar pelo que acredita, ressaltando que nada valioso é obtido sem esforço e dedicação.

Autor

  • Julio Mauro

    Júlio César Mauro é um nerd de carteirinha e pai de duas meninas, com um jeito peculiar, às vezes um pouco ranzinza, e sempre lidando com o desafio de viver com TDAH. Sua carreira na música não foi como ele esperava, mas ele se destacou na TI, onde já soma 26 anos de experiência. Conhecido por ser franco e por um senso de humor afiado que nem sempre é entendido por todos, Júlio também teve uma fase como co-apresentador do programa Gazeta Games na Rádio Gazeta de São Paulo, onde mostrou seu lado gamer. E a música? Continua sendo uma de suas grandes paixões.

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    2 respostas para “2112 – O álbum que salvou o Rush”

    1. Avatar de Pedro Miguel Jr
      Pedro Miguel Jr

      Belo texto Júlio.
      O Rush é a banda que mudou a minha vida, me fez querer melhorar em meu instrumento e a procurar entender o que estava sendo dito nas músicas. É uma banda que eu aconselho ler, e não só ouvir.

      Conheci a banda pelo Hemispheres, e na época o álbum corrente era o Hold Your Fire. Não parecia a mesma banda e isso só me levou a procurar tudo que havia deles. E quando me deparei com o 2112…. Deus do céu…

      Fora a música título, Tears me ganhou e até hoje é uma das minhas preferidas. Me fechei no “quarto de música” e não saia de lá até que mais um trecho de 2112 saísse na bateria.
      Decorei cada trecho e detalhe. Foi uma verdadeira obsessão. A história era contada por mim a todos os amigos, “vocês precisam ouvir isso, olha essa letra!”

      Ainda tenho o mesmo disco que comprei em 1987, é uma jóia da minha coleção.

      Obrigado pela lembrança, será ouvido amanhã e, como sempre, com o mesmo prazer e intensidade da primeira vez, porque é incrível, simples assim.

      1. Avatar de Julio Mauro
        Julio Mauro

        Fala Pedro !

        Cara eu demorei para começar a gostar de Rush, confesso que achava um porre e em 2006 depois de um amigo muito insistir eu peguei uns discos para ouvir e foi aquela paixão instantanea.
        Preciso refazer a minha coleção, estou com poucos discos, mas o 2112 eu fiz questao de comprar a versão de 180g 😀

        um grande abraço

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