“Atom Heart Mother” e os 55 anos daquela vaca!

Victor Persico
3 minutos de leitura
Atom Heart Mother - Pink Floyd Foto: Reproudção

Atom Heart Mother, quinto trabalho de estúdio do Pink Floyd com a sua gigantesca vaca na capa, completa 55 anos!

Gravado no EMI Studios, hoje o Abbey Road, segue até hoje com um dos trabalhos mais sólidos da banda. Tanto que se tornou o primeiro álbum da banda a chegar em primeiro lugar no Reino Unido.

Com 52 minutos de duração, duas faixas ocupam um pouco mais de meia hora do Atom Heart Mother. No fundo, bem lá no fundo, temos uma mescla de sentimentos pelo álbum. Chega a ser rejeitado pela banda, Roger Waters em particular, fãs e críticos. Mas, vamos lá, não tem como dizer que o álbum é tão sonoramente rico quando Animals e The Wall, apesar de uma certa confusão em alguns momentos.

Atom Heart Mother – Faixa a Faixa

Começando com a faixa título, que é uma monstruosidade onde David Gilmour já chamou de “Faroeste Imaginário”. Essa faixa é, para alguns, o início da inclusão das peças bem elaboradas do Pink Floyd ao vivo, apesar de já existir na época A Saucerful of Secrets e Interstellar Overdrive. Com o título inicial de “The Amazing Pudding”, é um épico paralelo da banda na tentativa de fundir sua música com orquestra.

A segunda metade é uma concentração individual de cada membro. As três primeiras faixas, “If”, “Summer ’68” e “Fat Old Sun” somam cinco minutos.

If não deixa a desejar. A mais direta, com os vocais de Waters, segue uma linhagem que assemelha-se a Us and Them e Mother.

Summer ’68 traz Richard Wright como o único compositor e nos vocais. Leve e divertida, mudando de direção diversas vezes. Podendo ser até a canção mais pop na história do Pink Floyd.

Fat Old Sun beirando no folk, terminando em um solo de guitarra e bateria explosiva. Emocionante e Gilmour fazendo um ótimo papel.

Deste modo, somos arrematados com mais uma suite: Alan’s Psychedelic Breakfast. Sons espaciais somados com café da manhã, vida cotidiana. Talvez até um trabalho sujo e sem nexo. Textura sonora beirando à densidade, chega a dar um ar de subdesenvolvimento.

Em conclusão é incontestável que Atom Heart Mother é a tentativa de aperfeiçoamento após Ummagumma. Com o fandom do Pink Floyd dividido, podemos concordar que o álbum não é uma obra prima. Talvez não tenha o peso da nossa amiga na capa. Contudo, é um momento de amadurecimento na expertise da banda ao progressismo em direção à fama. Só ouvir o álbum seguinte, Meddle. Mas essa já é uma outra história.

Apesar da confusão, Atom Heart Mother é obrigatório.

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