Dez anos de “Currents”: o álbum que reinventou o som do Tame Impala

Luis Fernando Brod
3 Min Read
Tame Impala - Currents.

Lançado em julho de 2015, “Currents” marcou uma virada decisiva na trajetória do Tame Impala. O projeto solo de Kevin Parker abandonava o rock psicodélico cru dos álbuns anteriores por um som mais eletrônico e íntimo.

Misturando synthpop, soul e funk com camadas psicodélicas, o disco se tornou um retrato de transição pessoal e criativa. Uma década depois, “Currents” ainda soa moderno e continua influenciando artistas de diferentes estilos.

“Currents” foi inteiramente produzido e gravado por Kevin Parker em seu estúdio particular, na cidade de Perth, na Austrália. Além de compor e tocar todos os instrumentos, ele também assumiu a mixagem e a produção do álbum. O processo solitário, segundo entrevistas dadas à Pitchfork e NME na época, refletia o momento introspectivo vivido pelo músico. O disco funciona como um diário emocional, abordando temas como separação, transformação e aceitação de mudanças.

Ao abandonar as guitarras pesadas por sintetizadores e batidas eletrônicas, Parker abriu novas possibilidades para o Tame Impala. A decisão surpreendeu parte do público, mas aproximou o grupo de novas audiências e de parcerias com nomes do mainstream. Nos anos seguintes, Kevin Parker colaboraria com Rihanna, Lady Gaga, The Weeknd, Travis Scott e Dua Lipa. Em 2020, “Currents” entrou na lista dos 500 melhores álbuns da Rolling Stone e venceu o ARIA de Álbum do Ano na Austrália.

Uma das faixas mais conhecidas do disco, “The Less I Know The Better”, ultrapassou recentemente 2 bilhões de reproduções nas plataformas. A música se tornou referência em playlists globais e em pistas de dança, com seu baixo marcante e letra sobre desilusões amorosas. Outras faixas como “Let it happen”, “Eventually” ee Yes I’m changing” também conquistaram destaque e ressoaram com o público. O disco, no todo, mantém uma sonoridade coesa e uma produção meticulosa que contribuem para sua longevidade.

A estética sonora de “Currents” influenciou fortemente a produção pop na segunda metade da década de 2010. O uso de ambiências psicodélicas e elementos dançantes pode ser percebido em artistas como Tyler, the Creator e SZA. Além disso, o disco ajudou a consolidar o formato de projetos solo mascarados por nomes de banda — tendência forte nos anos seguintes.

Mesmo passados dez anos, “Currents” ainda soa como um retrato atual da fusão entre introspecção e pista de dança.

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