Rita Lee esbanjava rock n’ roll puro e proibido em 1975 com o lançamento do álbum Fruto Proibido. O disco é o quarto da carreira solo da Rainha do Rock e o segundo com o Tutti Frutti.
A história do rock brasileiro deveria ter um capítulo reservado para o álbum. Um hitmaker do início ao fim, o disco traz Luiz Carlini, Lee Marcucci e Franklin Paolillo na cozinha sonora.
Com letras que falavam pela juventude da época, vendeu mais de 150 mil cópias e projetou a carreira de Rita na música brasileira.
Lado A
Em um honky tonk piano, o Fruto Proibido é descascado com Dançar Pra Não Dançar, faixa dançante e que mostra o poder lírico de Rita. Poder que segue em Agora Só Falta Você, somado com o tesão da guitarra de Carlini e a pulsação de Paolillo.
Futuramente, a faixa seria reproduzida no Acústico MTV, em 1998.
Em Cartão Postal, os ânimos acalmam e ficam mais simples. Tão simples que, como diz a canção: “Cabem em um cartão postal”. A faixa é gostosa seja para relaxar a cabeça quanto para cuidar de uma dor de cotovelo.
Além de tudo, Carlini ataca na gaita em seguida com a faixa título. Um blues rasgado e a voz de Rita aos gritos de “ÊIÊÊÊ” são o bastante para fazer a cabeça balançar.
Esse Tal de Roque Enrow é a resposta de todos os jovens para as perguntas de todos os pais da década de 1970. Uma mãe atormentada por um tal de “Roque Enrow” tenta descobrir com um médico o que seria esse tal ser. Até hoje é uma das faixas mais lembradas do álbum. Por outro lado, o solo de clarinete é o chantilly em cima do fruto.
Lado B
A princípio, ao girar o disco, com O Toque e Pirataria, é mantido a sonoridade. Porém é dado o destaque para a rebeldia RitaLeenística.
O lado B é fechado por Luz Del Fuego e Ovelha Negra. Na primeira, as guitarras se fazem presente, ao ponto de você ser como Rita, representando a loucura e o segredo enrolado num papel.
Além disso, a faixa é praticamente dançável. é impossível não lembrar de Cássia Eller cantando numa versão tão fenomenal quanto a original no Acústico MTV.
Imediatamente, o álbum fecha com a enigmática, inspiradora e estupenda Ovelha Negra. Aliás, o solo da canção não entraria na mixagem final. Porém, acabou fazendo parte nos últimos retoques do álbum. Graças a Deus, já que a marca da música é o solo.
Dessa forma, Fruto Proibido é a grandeza musical de Rita Lee na década de 1970. Uma verdadeira aula de como se fazer rock n’ roll em tempos atuais e passados. A rebeldia atemporal somado com a sonoridade e maestria das letras fazem do disco ser o encontro da perfeição com a plenitude.
Por último, façam o favor aos seus ouvidos. Ademais, se acham que Rita Lee é apenas Amor & Sexo ou Erva Venenosa, ouçam o álbum.
Em conclusão, poderão descobrir que o Fruto Proibido é muito mais gostoso.
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