O Thin Lizzy se despede de Gary Moore. Nessa brincadeira entra Snowy White assumindo as guitarras e Darren Wharton, com 18 anos, pegando nos teclados. Até o final do ano os dois se tornariam membros permanentes da banda.
Chinatown é o décimo álbum da banda, que diferente de seu antecessor, Black Rose, tem uma postura diferente. Mesmo com o rock e as guitarras características de Scott Gorham, tem uma certa leveza.
Gravado em cinco meses de 1980, deu trabalho para ser feito. Phil Lynott e Scott Gorham estavam com o pé em seus vícios, o que é percebido na direção artística do álbum. Lynott tinha várias ideias e mudanças de direção durante o decorrer do álbum.
Thin Lizzy em caos!
Tão caótico é a produção do álbum que até Jim Fitzpatrick, artista que trabalhava na capa do álbum, deu pitaco nas letras. Não que prejudicou, mas ajudou Lynott a manter a precisão histórica de certas faixas, como Genocide (The Killing Of The Buffalo), que fala sobre o massacre do bisão americano no século XIX e o efeito sobre os povos indígenas.
Com os riffs explosivos da banda, que percebe-se em Sugar Blues, um dos destaques vai para Killer On The Loose. Detalhe que o álbum foi lançado na época em que os ataques do Estripador de Yorkshire aconteciam. A faixa atraiu atenção da imprensa quando foi lançada como single em setembro. Logo foi um sucesso, chegando em 10º lugar nas paradas do Reino Unido, mesmo com a gravadora não conseguindo prensar discos suficientes.
Contudo, apesar de toda a confusão, Chinatown tem uma das melhores aberturas da história da banda: We Will Be Strong. Enquanto os anos 1980 seguia uma sonoridade diferente, o Thin Lizzy ainda era pé no chão diante de seu som. Enquanto alguns torcem a cara para o álbum, é inegável que ele é como vinho: Quanto mais o tempo passa, melhor fica. É uma mistura de estilo, que vai do hard rock até uma pegada mais reggae.
Em Didin’t I o Thin Lizzy vai pelo caminho da balada, entregando um Phil Lynott cantando de coração. Nem só de rock a banda vive, já visto em My Sarah um ano antes.
Transitório, uma relação de “amor e ódio”, com adições que talvez até acabe não somando tanto quanto deveria. Pesado e adocicado ao mesmo tempo. O Thin Lizzy entrega um clássico que divide opiniões mas não deixa de agradar, nem que seja um pouco.
Não é a toa que Nicke Andersson, do The Hellacopters, já disse ser este o seu álbum favorito do Thin Lizzy.
 
  
  
  
  
  
 


 
  
  
  
  
  
  
  
 