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Em Barbed Wire Kisses, a biografia do Jesus And Mary Chain, Zoë Howe apresenta a mente confusa dos irmãos Reid

Quando falamos dos irmãos Jim e William Reid vem a nossa cabeça, as brigas e bebedeiras homéricas que os dois apresentaram até a sua separação no final dos anos 90. Mas na biografia, “Bared Wire Kisses, A História de Jesus and Mary Chain”, escrita pela jornalista Zoë Howe, descobrimos um mundo muito mais profundo de suas personalidades que a superficialidade apresentada pela imprensa no decorrer dos anos.

Jim e Wiliam Reid eram dois jovens que possuíam imensa dificuldade de socializar, viviam em sua fortaleza dentro da casa dos pais desde sempre. Tímidos para alguns e na realidade eles viviam em um universo paralelo, os Reid passavam seu tempo em East Kilbridge entre a televisão e videocassete, fazendo colagens em vídeos e claro, ouvindo e aprendendo música.

Fãs incondicionais de Velvet Underground e Stooges, eles também eram ligados nos punks e sua filosofia “faça você mesmo” e levavam ela a sério. Prova disso, foi sua primeira demo, gravado em seus quarto com um gravador de 4 canais na qual William ganhou de uma rescisão trabalhista de seu pai.

Sabendo que não tinham muitas oportunidades, eles levaram essa fita gravada até alguns clubes locais e uma delas foi parar na mão de Alan Mcgee (que entre outras bandas empresariou os irmãos Gallagher anos depois) por meio do Bobby Gillespie(que viria a montar o Primal Scream) e o resto é história.

O livro retrata todas as fases do grupo, dos momentos mais insolentes de pancadaria e bebedeira quando se apresentavam e atraiam um público ávido por confusão, talvez eletrificado pela sonoridade ruidosas coberto por microfonias de seu primeiro e clássico disco Psychocandy.

O mesmo público que comparecia a seus shows, quase arruinaram a carreira da banda, pois eles quebravam tudo literalmente tudo quando a banda tocava, foi difícil deixa para trás o estigma da confusão, mas aos poucos a banda conseguiu se livrar dele.

Muito desse livramento se deve a maturidade sonora que ela foi construindo com os anos deixando de ser punk e ruidosa para se colocar em suas músicas belas melodias marcantes como é ouvido no seu segundo álbum Darkland.

Mas se os problemas com o público haviam sido sanados, não foi fácil lidar com as brigas e desavenças dos irmãos que durou até a sua separação em “Monki”. Por razões que só irmãos conseguem entender eles viviam um vida de gato e rato, mesmo compondo muito bem juntos.

Aliás, no livro, fica claro como o relacionamento entre eles mas com os outros membros da banda, empresários e produtores eram complicado para os Reid.

Porém, esse também foi a maneira que conseguiram lidar com o showbusiness, adicionado aí litros e litros de álcool e outras drogas.

Todos essas histórias de relacionamento, gravações dos álbuns, brigas internas são relatadas em detalhes no livro e é um prato cheio para quem quer adentrar ao universo problemático mas fantásticos dos Reid.

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