Há cerca de dois anos uma das maiores referências, e, das poucas “unanimidades” do rock feito por estas bandas deixou esse plano. Fuguetti Luz foi dar uma banda pra lá do arame farpado, mas deixou um legado eterno.
Após fundar duas bandas essenciais pra história da música, o Liverpool nos anos 60 e o Bixo da Seda nos 70, “Fuga” não parou de fazer rock, e resolveu “espalhar as sementes”. Dentre elas, o Taranatiriça, a Bandaliera e a bola da vez, a Guerrilheiro Antinuclear.
Formada no final dos anos 80, por Gonha, Marcinho Morteo, Nando, Caio Bill e Dadinho, foi, sem dúvida, a mais “crua” delas no sentido Rock and Roll da coisa.
Gonha, que morava com o Fuga, por incentivo do próprio, começou a compor em parceria com o Mestre.
De início fizeram “Falta pouco” e “Rotação”. Daí por diante foi ladeira acima. O LP “Mudou o Vento” de 1989, foi o único registro em estúdio da Banda, e deixou clássicos eternos como: “Xeque Mate”, “América” e a canção que dá nome ao disco, “Mudou o Vento” que se tornaram hits na saudosa radio Ipanema FM.
Os shows da Guerrilheiro eram inertes em energia positiva, diversão, paz, e claro, rock and roll na veia.
A banda durou cerca de 2 anos, 89/90, teve um retorno breve entre os anos de 91 e 92 já com o guitarrista Tom Martins, que está na nova formação também, junto com o Nando (bateria) e o próprio Gonha (Vocal) ambos da formação inicial. Para completar os Guerrilheiros, foram chamados: Zarif (percusão) que também faz as vezes de produtor, Vini na guitarra e Zick no Baixo.
O show de retorno no último dia 24 de julho, no Sgt Peppers foi uma viagem (literalmente falando) não só no tempo, mas também aquela energia boa, de um tempo em que Porto Alegre transpirava rock, seja pela quantidade, seja pela qualidade dos que alimentavam a cena cultural da época.
Na plateia, lotada de “adolescentes”, (pois foi assim que nos sentimos), a cada novo “riff”, que identificava o próximo “petardo” da noite, a explosão era imediata, a partir dali, era só pular, cantar e dançar o bom e velho rock and roll.
A alegria da banda voltando ao palco era irradiante, visivelmente emocionados, fizeram um espetáculo perfeito em todos os sentidos, palco, luz, som, produção, o público que, por vezes, não se contentou em só saracotear no salão e foi levado ao palco para participar da festa.
Um texto e introdução narrado pelo Zarif, anunciava que a Guerrilheiro estava de volta, o show intitulado “A Procura da Paz” começa com a clássica “Xeque Mate” e segue desfilando memórias como “Se vira”. “How Show”, “America” e, claro, “Mudou o Vento”. As novas canções também estiveram presentes, e se não fossem avisados que se tratava de uma nova composição, muitos acreditariam que se tratava de velhas músicas, tamanha a capacidade do Gonha de se manter fiel as mensagens que transmitia 35 anos atrás.
“A Procura da paz” “Tudo ou Nada” e a balada novelística “Eu te amo Baby” poderiam perfeitamente fazer parte do clássico vinil da banda sem destoar do resto da Obra.
Para finalizar, em grande estilo, chamaram ao palco o querido Chico Macalão, que faz parte do projeto “Fuguetaço” reverenciando a lenda “Fuguetti Luz, e junto com todo o bar, homenagearam o grande Fuga com a lendaria “Campo Minado”.
Aos presentes lá, ficou claro que, como defende o próprio Gonha: “O rock é mais que música, é um estilo de vida”. Pois ali estavam velhos roqueiros, com novos figurinos, é verdade, as camisetas pretas da banda preferida deram lugar a roupas mais sóbrias e até (blerrrr) sapatos, cabelos mais curtos e menos bateção de cabeça, mas a energia e a essência roqueira estavam muito ativas.
A Guerrilheiro voltou com tudo, alma, coração e Rock, no mesmo caminho que iniciaram lá atrás, mandando sua mensagem e sempre “A Procura da Paz”.






