Resenha de Show – Teenage Fanclub no Cine Jóia – 04/09/2025.

Virgilio Migliavacca
3 minutos de leitura
Teenage Fanclub Cine Jóia 04/09/25. Foto: Virgilio Migliavacca.

Cinco caras normais em cima do palco, sem roupas extravagantes, sem truques, sendo pop no sentido mais antiquado (beatlemaníaco?) do termo, falando de sentimentos universais de forma muitas vezes até ingênua, ainda mais para senhores com mais de 35 anos de carreira.

Esses são os escoceses do Teenage Fanclub, que tocou no Cine Jóia em São Paulo, no último dia 4/09, para o segundo e último show dessa passagem do grupo pelo Brasil. Talvez para além da ingenuidade, seja uma ausência de cinismo, uma honestidade e clareza de princípios que em muitos momentos colocou a revelia a popularidade do grupo, conhecido por poucos, mas querido por todos que os ouvem.

Uma falta já era sentida de antemão: um dos 3 compositores da banda, responsável por grandes canções de seu catálogo, o baixista Gerard Love, deixou o grupo em 2019. Os remanescentes, Normal Blake e Raymond McGinley, focam apenas em suas próprias composições, acompanhados no palco do baterista de longa data Francis MacDonald e, em substituição a Love, o baixista Dave McGowan e o tecladista Euros Childs. A ausência das canções do antigo baixista com certeza fazem falta ao setlist dos shows atuais.

Pontualmente às 21hs, o show inicia com “Home” do penúltimo lançamento “Endless Arcade” (2021), e vai alternando entre músicas deste e do disco mais recente “Nothing Lasts Forever” (2023), com clássicos de outras épocas, em especial dos clássicos álbuns “Badwagonesque” (1991) e “Grand Prix (1995 – falamos sobre os 30 anos do disco no Redação Disconecta). As músicas destes dois discos são, naturalmente, as mais bem recebidas pelo público, como “Alcoholiday”, “Verisimilitude” e as obras primas “Neil Jung” e “The Concept”. No bis a banda resgata uma canção não executada há bastante tempo, o lado-B “God Knows It’s True”, e encerra o show, como de costume, com “Everything Flows”, do disco de estreia, “A Catholic Education” (1990), de antes de a banda amaciar seu som, e transformar-se na pedra fundamental do que se convencionou chamar de Power Pop.

Em pouco mais de 1 hora e meia, sem grandes cerimônias, se encerra uma grande noite onde o foco foi apenas um: a música.

Fotos: Virgilio Migliavacca

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