Stratopumas e Superguidis empolgam público com seus shows nostálgicos em Porto Alegre

A nostalgia é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores remédios para acalentar as angústias vividas pela vida adulta. E foi com esse sentimento que o público e as bandas Stratopumas e Superguidis fizeram uma grande celebração nostálgica na noite do último domingo (23).

A conexão entre os presentes e as bandas era direta. Ambas fazem parte da cena porto-alegrense do início do século, ao lado de outras como Pública, Cartolas, Grande, Efervescentes, Planondas e Identidade.

Apesar de terem suas peculiaridades musicais, tanto Superguidis quanto Stratopumas eram bandas ligadas ao som internacional do início dos anos 2000. Enquanto a primeira tem um quê de Strokes e dessa geração de garage rock que estourou no mundo no mesmo período, Superguidis bebia também dessa fonte, mas carregava algo mais pesado, remetendo a influências de bandas alternativas dos anos 80 e 90, como Pixies e Nirvana, calcada nas guitarras de Andrio Barbosa, que agora é o único no instrumento da banda para esse retorno.

A abertura da Stratopumas teve seu auge em músicas como “Bem-Vindo à América”, “Paranoia de Freud”, “Graci”, “Exorcismo” e “Ana”. Foi bonito ver a conexão com o público, que, em sua maioria, não passava dos 35 anos e possivelmente os viu em momentos especiais de suas vidas.

Já o Superguidis entrou com os dois pés na porta com “O Raio Que O Parta”, seguida da divertida “Malevolisidade”, com ótimo refrão ganchudo. Apesar de terem retornado como um trio, as paredes de guitarras criadas por Andrio (também principal vocalista) e a cozinha sempre presente de Diogo Machado (baixo e vocais) e Marco Pecker (bateria) não deixaram a peteca cair.

Dali pra frente, eles já tinham conquistado os presentes e destilaram faixa a faixa seu primeiro álbum, o motivo principal desta reunião, já que foi relançado agora em 2025 pela Balaclava. Hits locais como “Discos Arranhados” foram cantados em coro, e a balada “O Banana” também chamou atenção.

Difícil definir quais foram mais cantadas em coro, visto que, além das 31 músicas tocadas, todos ali estavam para ser medicados pela nostalgia.

Vale lembrar que a banda não retornará definitivamente, apenas fará apresentações esporádicas. Infelizmente, isso mostra o quanto é difícil viver de música em um país que dá a mínima atenção à cultura. Outro exemplo desse desprezo foi recentemente o show da Dingo no Opinião, que também não volta apenas para se dedicar à sua arte.

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