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10 álbuns que foram sabotados pelas gravadoras

Para qualquer músico, uma das partes mais difíceis de seu trabalho é agradar a gravadora. 10 álbuns que foram sabotados pelas gravadoras A busca incansável pelo hit perfeito faz com que os artistas muitas vezes tenham que ceder a pressões, resultando em projetos que se distanciam de sua visão original.

1. “The Whole Story” – Kate Bush

Lançar um álbum de grandes sucessos pode ser algo delicado para um artista que ainda está em plena atividade. Kate Bush já tinha um catálogo impressionante de músicas icônicas quando a gravadora EMI decidiu lançar “The Whole Story” em 1986. Para Bush, conhecida por moldar cada álbum como uma experiência única, a coletânea parecia uma abordagem apressada e desajeitada de seu trabalho.

Muitas das músicas presentes no álbum, como “Running Up That Hill” e “The Dreaming”, são indiscutivelmente excelentes, mas não fazem justiça à maneira como Bush cuidadosamente compunha seus álbuns para serem ouvidos do começo ao fim. Além disso, com o lançamento de “The Sensual World” no ano seguinte, incluindo faixas icônicas como “This Woman’s Work”, fica claro que Bush ainda tinha muito a oferecer. Para muitos, a coletânea parecia uma tentativa da gravadora de capitalizar sobre seu sucesso, sem considerar a própria trajetória artística da cantora.

2. “Cold Spring Harbor” – Billy Joel

Quando um artista está começando, ele geralmente tem pouca influência sobre como sua música é produzida e lançada. Esse foi o caso de Billy Joel em seu álbum de estreia, “Cold Spring Harbor”. No entanto, a interferência da gravadora foi longe demais quando eles alteraram a mixagem do álbum, acelerando as faixas e deixando a voz de Joel com um tom mais agudo do que o planejado.

O resultado final foi desastroso, soando como algo entre “Alvin e os Esquilos” e uma versão distorcida do próprio Joel. Não é surpresa que apenas a música “She’s Got a Way” seja lembrada desse álbum hoje. Joel teria um sucesso estrondoso com “Piano Man”, mas “Cold Spring Harbor” ficou marcado como um exemplo clássico de como a falta de respeito pela visão do artista pode prejudicar um trabalho.

3. “White Pony” – Deftones

Os anos 90 viram um boom do metal nas paradas, mas a relação entre gravadoras e bandas de metal sempre foi complicada. Quando os Deftones lançaram “White Pony” em 2000, eles enfrentaram resistência da gravadora, que insistia em incluir um single de maior apelo comercial. “White Pony” já era uma obra-prima com faixas como “Elite”, “Digital Bath” e “Change (In the House of Flies)”. No entanto, os executivos não ficaram satisfeitos e pressionaram a banda para compor algo “mais acessível”.

A resposta foi “Back to School”, uma faixa carregada de sarcasmo e raiva, que acabou sendo incluída no álbum contra a vontade do vocalista Chino Moreno. A inclusão dessa música não apenas destoou do conceito original de “White Pony”, mas também mostrou como a busca pelo sucesso comercial pode minar a integridade artística de um trabalho.

4. “The Last DJ” – Tom Petty

Tom Petty sempre foi conhecido por desafiar a indústria musical, e em “The Last DJ” ele decidiu expor o lado sombrio do negócio. A gravadora, que sabia que o álbum seria uma crítica feroz à exploração dos artistas, não mediu esforços para limitar a exposição do disco. Algumas rádios até se recusaram a tocar as músicas, considerando-as ofensivas.

Petty descreveu os executivos como “porcos gananciosos” interessados apenas em lucrar com algumas músicas, sem se importar com a qualidade. Apesar da baixa promoção, “The Last DJ” se tornou um marco na carreira de Petty, um manifesto contra a mercantilização da música.

5. “The La’s” – The La’s

Quando a banda The La’s entrou em estúdio para gravar seu álbum homônimo, Lee Mavers, líder da banda, estava determinado a encontrar a “tomada mágica” para cada faixa. O perfeccionismo de Mavers foi tanto que ele até chegou a exigir que os amplificadores estivessem cobertos de poeira para obter o som desejado. A gravadora, no entanto, não estava disposta a esperar.

Sem avisar a banda, a gravadora lançou o álbum em 1990, com várias faixas inacabadas e longe do que Mavers considerava ideal. Apesar de se tornar um clássico do rock alternativo e influenciar o Britpop, Mavers desdenhou do lançamento, considerando-o uma versão abaixo do potencial da banda.

6. “Chinese Democracy” – Guns N’ Roses

A saga de “Chinese Democracy” é um exemplo extremo do que acontece quando a gravadora não sabe dizer “não” ao artista. Axl Rose passou 14 anos e uma quantia exorbitante de dinheiro para finalizar o álbum, sem que ninguém da Geffen Records conseguisse impor limites ao processo criativo.

O resultado foi um álbum que soou mais como uma miscelânea de ideias desconexas do que como uma obra coesa. Se não fossem os vazamentos de algumas faixas em 2008, o álbum poderia ter ficado em produção indefinidamente. A falta de direcionamento acabou prejudicando a qualidade do trabalho, demonstrando que um excesso de liberdade criativa também pode ser prejudicial.

7. “Everybody’s Rockin’” – Neil Young

Neil Young é conhecido por sua independência artística, mas em 1983 ele decidiu sabotar as expectativas da gravadora de propósito. Insatisfeito com as tentativas da gravadora de moldá-lo como um “rockstar”, Young lançou “Everybody’s Rockin’”, um álbum de rockabilly feito para zombar das imposições que lhe eram feitas.

O álbum foi um sucesso apenas no sentido de que Young conseguiu enviar uma mensagem clara: ele não iria se conformar com os ditames da indústria. Para alguns, “Everybody’s Rockin’” é um exemplo brilhante de um artista que se recusa a ser manipulado.

8. “Ride the Lightning” – Metallica

Quando Metallica assinou com a Elektra Records, a gravadora insistiu que eles precisavam de uma música que se parecesse com um single. Embora “Ride the Lightning” fosse recheado de clássicos como “For Whom the Bell Tolls” e “Fade to Black”, os executivos pediram algo mais acessível. A banda então compôs “Escape”, uma faixa que eles mesmos consideram a primeira tentativa de “enchimento” em sua carreira.

A música nunca teve o mesmo impacto das outras faixas e até hoje é considerada uma concessão feita pela banda para atender à pressão da gravadora.

9. “Diver Down” – Van Halen

Após uma série de álbuns de sucesso, Van Halen merecia um descanso no início dos anos 80. No entanto, quando a banda lançou um cover de “(Oh) Pretty Woman” como um single, a gravadora decidiu que eles precisavam de um álbum completo para acompanhá-lo. Assim nasceu “Diver Down”, um álbum montado às pressas, com covers e interlúdios instrumentais que não correspondiam ao nível de qualidade que a banda havia estabelecido.

10. “Somewhere in England” – George Harrison

Após o sucesso de “All Things Must Pass”, George Harrison não estava interessado em seguir um caminho tradicional na carreira solo. No entanto, a gravadora rejeitou a versão original de “Somewhere in England”, afirmando que o álbum não era comercial o suficiente. Harrison então escreveu “Teardrops”, uma canção que ele mesmo desprezou, mas que agradou aos executivos.

Como uma resposta sarcástica, ele adicionou “Blood From a Clone” ao álbum, uma crítica direta à pressão da indústria. Mesmo diante da interferência, Harrison manteve sua dignidade artística, provando que, para ele, a música sempre foi mais do que apenas um produto para vender.

Esses exemplos mostram que, quando o interesse financeiro da gravadora se sobrepõe à visão artística, o resultado pode ser desastroso.

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