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Jimmy Page. Foto: Jim Summaria.
Jimmy Page. Foto: Jim Summaria.

A única música do Led Zeppelin em que Jimmy Page tocava baixo

Lançado em outubro de 1970, Led Zeppelin III marcou uma guinada inesperada na carreira da banda britânica. Apesar de trazer clássicos atemporais como Immigrant Song, Celebration Day e Since I’ve Been Loving You, o disco não foi inicialmente bem recebido por parte do público. A mudança na sonoridade, mais voltada para o folk e o acústico, surpreendeu os fãs acostumados ao peso dos dois primeiros álbuns do grupo.

Enquanto alguns seguidores reclamaram que o álbum soava como uma imitação do estilo de Crosby, Stills, Nash & Young, outras vozes da crítica enxergaram valor em sua originalidade. Em resenha publicada na época, a Rolling Stone destacou a beleza melancólica de That’s the Way, classificando-a como “linda e genuinamente comovente”.

Entre as faixas do álbum, That’s the Way se tornou um exemplo notável da versatilidade instrumental de Jimmy Page. Conhecido por suas inovações na guitarra, Page assumiu também o baixo durante as gravações dessa música, algo que raramente acontecia no Led Zeppelin.

“Eu estava fazendo um monte de overdubs e fiquei animado”, revelou Page em entrevista à Guitar World. “John Paul Jones tinha ido para casa, então fiz a parte do baixo também! [risos] Acredite, isso não acontecia com frequência!”

Page ainda adicionou à faixa um toque único com o uso de instrumentos menos convencionais, como a pedal steel guitar e o dulcimer, enquanto Jones contribuiu tocando bandolim. A combinação resultou em uma sonoridade delicada, mas rica em camadas, refletindo o espírito experimental que marcou o álbum.

Com o passar das décadas, Led Zeppelin III conquistou seu lugar no mundo da música, sendo redescoberto por gerações de fãs e críticos. A resistência inicial deu lugar ao reconhecimento de sua inovação e profundidade. A habilidade dos integrantes em explorar novas texturas e estilos consolidou a reputação da banda como um dos grupos mais criativos da história do rock.

Embora tenha sido um ponto de divergência entre os fãs à época de seu lançamento, o disco hoje é visto como um marco que ajudou a redefinir os limites do gênero, provando que o Led Zeppelin era mais do que apenas potência sonora: era também ousadia artística.

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