Lançado em outubro de 1970, Led Zeppelin III marcou uma guinada inesperada na carreira da banda britânica. Apesar de trazer clássicos atemporais como Immigrant Song, Celebration Day e Since I’ve Been Loving You, o disco não foi inicialmente bem recebido por parte do público. A mudança na sonoridade, mais voltada para o folk e o acústico, surpreendeu os fãs acostumados ao peso dos dois primeiros álbuns do grupo.
Enquanto alguns seguidores reclamaram que o álbum soava como uma imitação do estilo de Crosby, Stills, Nash & Young, outras vozes da crítica enxergaram valor em sua originalidade. Em resenha publicada na época, a Rolling Stone destacou a beleza melancólica de That’s the Way, classificando-a como “linda e genuinamente comovente”.
Entre as faixas do álbum, That’s the Way se tornou um exemplo notável da versatilidade instrumental de Jimmy Page. Conhecido por suas inovações na guitarra, Page assumiu também o baixo durante as gravações dessa música, algo que raramente acontecia no Led Zeppelin.
“Eu estava fazendo um monte de overdubs e fiquei animado”, revelou Page em entrevista à Guitar World. “John Paul Jones tinha ido para casa, então fiz a parte do baixo também! [risos] Acredite, isso não acontecia com frequência!”
Page ainda adicionou à faixa um toque único com o uso de instrumentos menos convencionais, como a pedal steel guitar e o dulcimer, enquanto Jones contribuiu tocando bandolim. A combinação resultou em uma sonoridade delicada, mas rica em camadas, refletindo o espírito experimental que marcou o álbum.
Com o passar das décadas, Led Zeppelin III conquistou seu lugar no mundo da música, sendo redescoberto por gerações de fãs e críticos. A resistência inicial deu lugar ao reconhecimento de sua inovação e profundidade. A habilidade dos integrantes em explorar novas texturas e estilos consolidou a reputação da banda como um dos grupos mais criativos da história do rock.
Embora tenha sido um ponto de divergência entre os fãs à época de seu lançamento, o disco hoje é visto como um marco que ajudou a redefinir os limites do gênero, provando que o Led Zeppelin era mais do que apenas potência sonora: era também ousadia artística.
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