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O álbum que todo guitarrista deveria ouvir segundo David Gilmour

David Gilmour, conhecido mundialmente por sua contribuição como guitarrista do Pink Floyd, construiu uma carreira que o posiciona como uma das maiores referências no instrumento nas últimas décadas. Esse reconhecimento, no entanto, não veio apenas de seu talento natural, mas também de anos de disciplina, prática e da inspiração que encontrou em gigantes do blues britânico, como John Mayall & the Bluesbreakers.

“Todos aqueles caras eram incríveis”, afirmou Gilmour ao falar sobre o grupo em entrevista à Relix, em 2015. A banda, que teve em suas fileiras lendas como Eric Clapton, John Mayall, John McVie e Hughie Flint, deixou uma marca permanente no jovem músico durante sua formação. Gilmour destacou em particular o álbum Blues Breakers with Eric Clapton (1966), considerado um marco no blues britânico e uma verdadeira aula para aspirantes a guitarristas.

Na entrevista, Gilmour revelou que passava horas tentando replicar os riffs icônicos de Clapton no álbum. “Passei um tempo tentando aprender a tocar seus riffs perfeitamente. Eu sugeriria que qualquer jovem músico tentasse sentar e fazer isso. Você acabará sabendo tocar muito bem o material deles, mas, eventualmente, encontrará seu próprio estilo a partir disso. Isso força você a sair da cópia”, explicou o músico.

Blues Breakers John Mayall with Eric Clapton. Foto: Acervo Pessoal.

Esse processo de imitação e reinvenção foi essencial para que Gilmour desenvolvesse seu estilo único. Sua abordagem à guitarra, marcada por solos emotivos e precisos, deve muito a essa dedicação inicial ao blues, um gênero que ele considera fundamental na formação de qualquer músico.

A influência de álbuns como Blues Breakers with Eric Clapton é perceptível na obra de Gilmour, especialmente nos momentos mais introspectivos do Pink Floyd, como em Shine On You Crazy Diamond e Comfortably Numb. Ambos exemplificam como o blues serviu como base para sua habilidade de criar atmosferas sonoras que transcendem o instrumento.

Essa jornada, de um jovem que imitava os ídolos para encontrar sua própria voz, é um reflexo da trajetória de muitos músicos. Gilmour, ao olhar para trás, reconhece o impacto que John Mayall & the Bluesbreakers tiveram em sua formação, mas também destaca a importância de ir além da mera reprodução. “A partir do momento em que você se esforça para replicar algo, é inevitável que sua personalidade comece a aparecer. E é aí que a mágica acontece.”

David Gilmour não apenas incorporou o legado do blues em seu estilo, mas também ajudou a expandir seus horizontes, tornando-o uma parte integral do som que definiu o rock progressivo e, por extensão, a música moderna. Suas palavras e sua trajetória continuam a inspirar músicos ao redor do mundo a buscar não apenas a perfeição técnica, mas também a autenticidade artística.

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