Aos 25 anos, o baixista Phil Soussan se viu diante de uma decisão que mudaria sua carreira. Em Londres, recebeu convites para integrar duas bandas de peso: The Firm, liderada por Jimmy Page, e o grupo de Ozzy Osbourne. Optou por acompanhar Ozzy, substituindo Bob Daisley, e participou do disco “The Ultimate Sin”, de 1986. Além de integrar a banda, coescreveu “Shot in the Dark”, um dos destaques do álbum.
Soussan cresceu na efervescente cena musical londrina, onde a proximidade entre os músicos facilitava oportunidades. “Era uma comunidade muito pequena”, afirmou à revista Bass Player (via Guitar World). “Quando as pessoas começavam a conhecê-lo, seu nome se espalhava rápido. Passei a ser visto como alguém confiável.”
Ele destaca que mais do que talento, a postura profissional foi determinante para sua trajetória. “Ser responsável é fundamental. Apenas 10% do sucesso vem do talento, o restante é atitude, confiabilidade e comprometimento”, explicou.
“Um dia recebi uma ligação perguntando se eu estaria interessado em tocar com Jimmy Page. Claro que aceitei! No começo era Jimmy, o baterista Chris Slade e eu. Tocamos por semanas, meses, ensaiando em um local conhecido em Londres, Nomis. Era só a gente se divertindo, tocando músicas que a gente gostava e brincando com novas ideias.”
“Ozzy me viu na TV fazendo um show. Eu conhecia o pessoal do entorno dele, aí acabou que recebi uma ligação da secretária dele. Ela disse ‘Tem um cara aqui querendo falar com você’ e passou o telefone para Ozzy. Ele disse ‘Por que você não vem aqui me conhecer?’ Então, consegui em teste em meio a um monte de gente; mas acabou que fui lá, toquei, e fiquei com a vaga.”
“Eu fiquei naquele dilema ‘O que eu faço agora?’ Eu adorava Jimmy e queria muito trabalhar com ele, mas ele disse ‘Olha, não vamos fazer nada por pelo menos mais um ano e meio’. Sabíamos que Paul Rodgers estaria envolvido, mas ele ainda não estava disponível. Então Jimmy me disse ‘Se você quiser trabalhar de imediato, vai tocar com Ozzy. Caso contrário, adoraríamos ter você com a gente!”
“Escolhi tocar com Ozzy e fui embora. É claro que Jimmy e o The Firm acabaram saindo do papel, mas eu continuei muito amigo dele. Ele é um sujeito para lá de maravilhoso, um ser humano maravilhoso. Eu o adoro ele.
Após a passagem pela banda de Ozzy, Soussan trabalhou com artistas como Billy Idol, Vince Neil e Steve Lukather. Recentemente, tem gravado com o Last in Line, projeto que conta com Vivian Campbell, do Def Leppard, e segue desenvolvendo seu próximo álbum solo.
Ao longo da carreira, sempre buscou inspiração em músicos que também assumiram papel de compositores e vocalistas. “Tenho admiração por baixistas como Paul McCartney, Sting e Geddy Lee – artistas que integram as coisas de forma única”, comentou.
O convite para substituir Bob Daisley surgiu a partir de conexões no meio musical. “Nos encontramos várias vezes. Em Londres, havia muitas bandas ótimas tocando próximas umas das outras, o que facilitava o contato”, relembrou. Antes de se juntar a Ozzy, tocou no Wildlife, grupo ligado à Swan Song Records, gravadora do Led Zeppelin, e administrado por Peter Grant.
Com décadas de carreira, Phil Soussan continua ativo e explorando novas possibilidades na música, sempre com olhar atento para os desafios e oportunidades do cenário atual.
Deixe um comentário