Quais foram as melhores músicas de 1965?

Alguns anos se destacam na cronologia do pop e do rock por catalisar mudanças que redefinem a música. Entre eles, 1965 ocupa posição especial. Não se trata apenas de um período com sucessos comerciais. O ano revelou artistas, sons e narrativas que prenunciaram novos rumos culturais.

The Beatles lançaram “Help!” e “Rubber Soul”, dois discos que afastaram o grupo da estética juvenil inicial e apontaram para algo mais ousado. Na mesma época, Bob Dylan levou o folk ao rock com “Like a Rolling Stone”, em gravação que escancarou guitarras e desafiou convenções.

Os Rolling Stones, por sua vez, fincaram os pés no mercado com “(I Can’t Get No) Satisfaction”, tornando-se referência do rock britânico. Nos Estados Unidos, a Motown solidificou sua relevância com faixas como “My Girl”, dos Temptations, e “Stop! In the Name of Love”, das Supremes.

Artistas menos recorrentes nas listas de maiores sucessos também marcaram presença com composições que ajudaram a moldar a paisagem sonora daquele ano. Entre as 40 músicas mais lembradas de 1965, figuram não apenas gigantes da época, mas também nomes que protagonizaram momentos únicos.

Segundo levantamento publicado pela Ultimate Classic Rock, essa seleção permite compreender um ponto de virada: sons ainda enraizados nos anos 50 cruzando a fronteira para algo novo.

As canções daquele ano mostram o pop saindo da ingenuidade e o rock se aproximando da experimentação que definiria a virada da década. A lista vai de “Nowhere Man”, dos Beatles, a “Papa’s Got a Brand New Bag”, de James Brown, mostrando um cenário musical em ebulição. O ano de 1965 pode não carregar o mesmo simbolismo de datas como 1955 ou 1977, mas está presente em quase todas as mudanças que viriam depois.

Ouvir as músicas lançadas nesse período é, ainda hoje, uma forma de captar as sutis e firmes transformações que prepararam o terreno para o fim dos anos 60.

Separamos abaixo o top 5 desta lista

5. The Who, “My Generation”

Em 1965, a música pop passava por transformações evidentes, com letras e melodias mais elaboradas e artistas explorando novas direções. “My Generation”, do The Who, destacou-se como símbolo desse momento, funcionando como afirmação de identidade do grupo e expressão de rebeldia juvenil.

4. The Byrds, “Mr. Tambourine Man”

Os Byrds desempenharam papel central na cena folk rock de 1965, impulsionados pela influência de Bob Dylan. O álbum de estreia incluiu quatro faixas dele, com destaque para “Mr. Tambourine Man”, cuja versão mais enxuta e radiofônica liderou o disco e chegou ao topo das paradas. A releitura dos Byrds ajudou a consolidar o folk rock como tendência dominante naquele ano.

3. Smokey Robinson and the Miracles, “The Tracks of My Tears”

Embora a citação de Bob Dylan chamando Smokey Robinson de “maior poeta vivo da América” não seja comprovada, sua produção nos anos 60 com os Miracles justifica elogios desse porte. “The Tracks of My Tears”, escrita e interpretada por Robinson, destaca-se como uma das composições mais refinadas da era de ouro da Motown.

2. The Rolling Stones, “(I Can’t Get No) Satisfaction”

É o riff que se destacou entre todos, inspirando inúmeras releituras e bandas. Com “(I Can’t Get No) Satisfaction”, os Rolling Stones alcançaram o primeiro lugar nos Estados Unidos e deram início a uma nova fase. A música marcou o momento em que o grupo deixou de ser apenas mais um nome do blues britânico para consolidar sua identidade própria no cenário do rock.

1. Bob Dylan, “Like a Rolling Stone”

Mesmo entre tantos lançamentos marcantes de 1965, “Like a Rolling Stone”, de Bob Dylan, foge aos padrões. Com mais de seis minutos e letras que misturam crítica social e imagens enigmáticas, a faixa que abre o álbum Highway 61 Revisited apresentou uma nova proposta para o pop. Sem explicar tudo ao ouvinte, a canção uniu o pessoal ao coletivo e o direto ao abstrato. Mais do que um dos maiores feitos daquele ano, ela mostrou que a música popular podia romper limites e explorar novos caminhos criativos.

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