Tony Iommi é amplamente reconhecido como o arquiteto do som que moldou o heavy metal. Enquanto Ozzy Osbourne frequentemente recebe os holofotes como o carismático frontman, foi Iommi quem direcionou o som pesado e sombrio da banda, levando o metal às massas. Contudo, apesar de ter sido o pilar criativo do grupo, ele guarda arrependimentos sobre alguns momentos de sua trajetória, especialmente relacionados a três álbuns específicos que, segundo ele, foram marcados pelo abuso de substâncias e turbulência interna.
Em uma recente entrevista à Guitar World, Iommi revelou que os álbuns “Mob Rules” (1981), “Technical Ecstasy” (1976) e “Born Again” (1983) são capítulos da discografia do Black Sabbath dos quais ele não se orgulha. “Estávamos todos passando por muitos problemas naquela época, a maioria relacionada a drogas”, comentou Iommi, referindo-se ao período conturbado em que “Mob Rules” foi produzido. Com a saída de Osbourne e do baterista Bill Ward, o Black Sabbath enfrentava uma fase de transição. “Até o produtor, Martin Birch, estava tendo problemas com drogas, e isso prejudicou o som daquele disco”, acrescentou. O álbum contou com o vocalista Ronnie James Dio e o baterista Vinny Appice, mas mesmo com esses talentos, Iommi sentiu que a banda não estava no seu melhor.
Outro álbum que deixa Tony Iommi desconfortável é “Technical Ecstasy”. Esse disco marcou o último trabalho de estúdio com Osbourne durante sua primeira passagem pelo grupo. A busca por inovação acabou sendo um tiro pela culatra. “Os fãs geralmente não gostam muito de Technical Ecstasy”, disse o guitarrista. “Estávamos tentando ser mais técnicos, mas simplesmente não funcionou.” O álbum refletiu uma crise de identidade, com a banda tentando se reinventar enquanto enfrentava problemas internos e fadiga criativa.
Porém, o álbum que Iommi critica com mais dureza é “Born Again“, o único disco gravado com o vocalista Ian Gillan, ex-integrante do Deep Purple. “A falta de química foi um problema”, admitiu o guitarrista. “Ian é um ótimo cantor, mas vinha de uma origem completamente diferente, e foi difícil para ele se adaptar ao estilo do Sabbath.” Para Iommi, o disco não apenas falhou em termos de sonoridade, mas também foi prejudicado pela produção de baixa qualidade. “Honestamente, não gostei de algumas das músicas daquele álbum, e a produção foi horrível”, desabafou.
Apesar de serem considerados pontos baixos na carreira do Black Sabbath por Iommi, esses álbuns ainda têm um lugar importante na história da banda. Mesmo que as circunstâncias tenham sido adversas, esses discos capturam momentos de experimentação e mudança dentro do grupo, reflexo da complexidade de uma carreira que redefiniu o rock pesado.
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