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ZZ Top: De falsos zumbis ao estrelado

Em meados dos anos 1960, o Texas era um caldeirão fervilhante de sons e influências musicais. Foi nesse ambiente que três jovens músicos se encontraram e, eventualmente, formaram o que viria a ser uma das bandas mais icônicas da história do rock: o ZZ Top. No entanto, o caminho até o sucesso não foi direto; antes de se tornarem lendas do rock, eles tiveram que passar por uma fase inusitada como uma banda falsa dos Zombies.





The Zombies originais




O Surgimento dos Moving Sidewalks e The American Blues

Billy Gibbons, um guitarrista talentoso de Houston, já estava construindo sua reputação com a banda Moving Sidewalks. A banda, formada em 1966, era influenciada pelo rock psicodélico e blues. Eles conseguiram abrir para Jimi Hendrix em uma turnê, o que foi um grande marco para a jovem banda. No entanto, o serviço militar obrigatório acabou dissolvendo os Moving Sidewalks, deixando Gibbons em busca de novos projetos.

Enquanto isso, em Dallas, o baixista Dusty Hill e o baterista Frank Beard estavam fazendo sucesso local com The American Blues. Essa banda, formada pelos irmãos Dusty e Rocky Hill, misturava blues com rock pesado, criando um som único. Frank Beard se juntou à banda em 1969, completando a formação. Apesar do talento e da base de fãs leal, The American Blues enfrentava dificuldades para conseguir um sucesso comercial maior.

Dusty Hill no baixo, Richard Harris na bateria, 1965

Os falsos Zombies

The Original “Zombies,”da direita: Seab Meador, Dusty Hill, Frank Beard, Mark Ramsey

Em 1969, uma situação peculiar surgiu. Os Zombies, uma banda britânica famosa por hits como “She’s Not There” e “Time of the Season”, haviam se separado após lançarem o aclamado álbum “Odessey and Oracle”. No entanto, a demanda por suas performances ainda era alta nos Estados Unidos. Aproveitando-se disso, promotores inescrupulosos começaram a formar “bandas cover” que se apresentavam como os Zombies originais. Foi nesse cenário que Billy, Dusty e Frank foram abordados.

Convencidos por promotores de que poderiam ganhar dinheiro fácil e alcançar fama, os três músicos se juntaram e começaram a se apresentar como os Zombies. A banda falsa percorreu diversos clubes e pequenos festivais, enganando fãs e críticos por um curto período. Eles tocaram músicas dos Zombies e algumas de suas próprias composições, adaptando seu estilo para se assemelhar ao dos britânicos. No entanto, a farsa não durou muito. Eventualmente, os verdadeiros fãs dos Zombies perceberam que estavam sendo enganados, e a banda falsa foi desmascarada.

O inicio do sucesso

O trio rapidamente começou a construir uma base de fãs leal com seu som distinto e performances enérgicas. O álbum de estreia, “ZZ Top’s First Album”, lançado em 1971, começou a atrair atenção, mas foi com “Tres Hombres” em 1973 que eles realmente estouraram. O single “La Grange” tornou-se um clássico instantâneo, e o estilo inconfundível da banda – com suas barbas longas, óculos escuros e carros clássicos – começou a se formar.

ZZ Top’s First Album – 1971
Tres Hombres – 1973

Além da música, a imagem da banda desempenhou um papel crucial em seu sucesso. Gibbons e Hill deixaram crescer longas barbas, o que se tornou uma marca registrada do grupo. Frank Beard, ironicamente, era o único membro sem barba, apesar do sobrenome. Essa imagem única, combinada com um estilo musical inconfundível, ajudou o ZZ Top a se destacar na indústria musical.

O estrelato

O que começou como uma banda falsa dos Zombies se transformou em uma das maiores histórias de sucesso do rock. ZZ Top não apenas sobreviveu àquele período, mas usou a experiência para encontrar seu verdadeiro som e identidade, com dezenas de álbuns, prêmios e turnês ao redor do mundo, eles provaram que, às vezes, os começos mais inusitados podem levar aos destinos mais extraordinários.

Do constrangimento de serem desmascarados como uma banda falsa, Billy Gibbons, Dusty Hill e Frank Beard transformaram um começo inusitado em uma carreira lendária, criando músicas que resistiram ao teste do tempo. Com suas barbas icônicas, estilo inconfundível e performances eletrizantes, o ZZ Top se tornou uma verdadeira instituição do rock.

Autor

  • Julio Mauro

    Júlio César Mauro é um nerd de carteirinha e pai de duas meninas, com um jeito peculiar, às vezes um pouco ranzinza, e sempre lidando com o desafio de viver com TDAH. Sua carreira na música não foi como ele esperava, mas ele se destacou na TI, onde já soma 26 anos de experiência. Conhecido por ser franco e por um senso de humor afiado que nem sempre é entendido por todos, Júlio também teve uma fase como co-apresentador do programa Gazeta Games na Rádio Gazeta de São Paulo, onde mostrou seu lado gamer. E a música? Continua sendo uma de suas grandes paixões.

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