Em uma nova entrevista ao Talkin’ Bout Rock (via Blabbermouth), o guitarrista George Lynch (Dokken, Lynch Mob) comentou sobre o fim da formação clássica do Dokken em 1989. Lynch afirmou que a banda tinha potencial para ser “muito maior”, mas foi prejudicada por disputas internas.
Segundo Lynch, o vocalista Don Dokken buscava “controlar tudo e ficar com a maior parte do dinheiro”. Ele explicou que Don contratou sua própria equipe de gerenciamento e tentou demitir os outros membros, mas não conseguiu, pois todos eram proprietários da banda. A situação levou à dissolução do grupo, com processos e contraprocessos que resultaram em “nada” para os envolvidos.
Lynch destacou que, apesar dos projetos individuais bem-sucedidos após o Dokken, a banda perdeu a oportunidade de alcançar um patamar de sucesso ainda mais elevado. “Todos nós abrimos mão da certeza, daquilo pelo qual todos tínhamos trabalhado, que era a construção da nossa carreira”, disse. Ele mencionou que o Dokken estava prestes a fechar um contrato com a Warner Brothers/Elektra, com o apoio da Q Prime, empresa que gerenciava bandas como Queensrÿche e Metallica.
O guitarrista detalhou que, durante a trajetória da banda, ele defendia a divisão igualitária de tudo, “quatro por um, um por todos”, independentemente de quem compunha as músicas. “Eu compus a maior parte das músicas e sofri mais por isso, se é que se pode chamar de sofrimento, mas fui eu quem mais cedeu”, afirmou Lynch. Ele acreditava que essa abordagem garantia os melhores resultados musicais e era justa, considerando o esforço conjunto de todos os membros.
No entanto, Don Dokken não concordava com essa filosofia. “Eu não tinha nenhum problema com ele, além do fato de que ele não se sentia confortável com a nossa honestidade e com o cumprimento do plano e do acordo que tínhamos estabelecido durante aqueles 10 anos”, explicou Lynch. Ele concluiu que, quando chegou o momento de colher os frutos do trabalho, Don “quis levar tudo e praticamente nos descartar”, o que resultou na perda de respeito e no conflito.
“O Dokken poderia ter sido uma banda muito maior — poderia ter chegado ao nível do Mötley Crüe [ou] do Bon Jovi, que é um nível completamente diferente”, finalizou Lynch. “Todos nós estaríamos com a vida ganha. E isso nos foi roubado, porque ele resolveu arriscar tudo.”



