A banda australiana King Gizzard & the Lizard Wizard retirou seu catálogo de músicas do Spotify no mês passado. A decisão, explicada pelo líder Stu Mackenzie em entrevista ao Los Angeles Times, vem após o investimento do CEO Daniel Ek em uma empresa de armas de inteligência artificial e por antigas insatisfações com a plataforma.
Mackenzie afirmou que a saída era algo esperado há tempos. “Temos dito ‘foda-se o Spotify’ por anos”, disse ele ao jornalista August Brown, mencionando que essa é uma opinião comum entre seus colegas músicos por razões já conhecidas. Embora não se considere um ativista, Mackenzie destacou que a atitude visa “permanecer fiel a nós mesmos e fazer o que achamos certo para nossa música, tendo nossa música em lugares com os quais nos sentimos bem”.
O músico reconheceu a dificuldade de tornar a música menos acessível, mas vê a ação como uma continuação das estratégias de lançamento não convencionais e da produção prolífica da banda. “Temos sido felizes em correr muitos riscos e, na maior parte, estou feliz em ver o que acontece se simplesmente escolhermos o caminho que nos parece certo”, explicou.
Mackenzie não espera que Daniel Ek preste atenção à saída do King Gizzard do Spotify, dada a tendência da banda de quebrar convenções da indústria. “Sinto-me grato por ter o tipo de base de fãs que confia, mesmo quando você faz algo um pouco contraintuitivo”, concluiu. “Parece um experimento para mim, tipo, ‘Vamos sair do Spotify e ver o que acontece.’ Por que isso tem que ser um grande problema? Na verdade, parece que estamos apenas tentando encontrar nossa própria positividade em uma situação sombria.”
Outros artistas como Cindy Lee, Sunnsetter, Fiver e Dear Rouge também removeram seus catálogos do Spotify recentemente. O álbum mais recente do King Gizzard, “Phantom Island”, é uma contraparte orquestral de “Flight b741”, lançado no ano passado.