Magistry: já disponível nas plataformas digitais o álbum The “New Aeon”

Na quarta-feira (05 de março), foi lançado em todas as plataformas digitais o álbum The New Aeon, que marca a estreia da banda curitibana de heavy metal sinfônico Magistry. Composto por 11 músicas em 43 minutos, apresenta uma banda criativa e instrumentalmente riquíssima, combinando elementos de subgêneros do metal como o death, o gothic e o doom metal.

Liricamente, o álbum convida o ouvinte a explorar o desconhecido ao tratar de temas como a autotransformação dos seres-humanos por meio de conhecimentos ocultos. O tecladista Tiago Parpinelli comenta que o instrumental do disco foi pensado para complementar as letras, representando emoções por meio do som: “Nas orquestrações, procurei referências entre os movimentos artísticos que mais gosto, que são o barroco e o romântico. Todas as texturas orquestrais, assim como os corais, foram pensadas para trazer um clímax a mais em todas as músicas. Como harpista, também fiz questão de trazer o meu instrumento para o metal, criando uma combinação inusitada em algumas faixas”.

Segundo o tecladista Tiago Parpinelli, o álbum já foi batizado de The New Aeon antes mesmo do Magistry existir, quando reencontrou algumas de suas antigas composições: “Tive a ideia de gravar essas canções de forma despretensiosa, sem intenção de montar a banda de fato. Algo como parir um filho e trazer a ideia ao mundo. A ideia do nome veio justamente da ideia de dar uma nova era, uma nova vida para essas músicas; a maioria tem mais de 12 anos”, explica.

The New Aeon

O guitarrista João Borth destaca a faixa “While”, que considera uma das canções mais desesperançosas do álbum e, segundo ele, era originalmente acústica, mas foi rearranjada para a poética e linguagem do Magistry: “A canção trata de uma espécie de solidão compartilhada, pois o eu-lírico observa alguém que o acompanha, mas de uma forma passiva. Atém-se à respiração e a outros detalhes enquanto vê o tempo passar, o sol se pôr e finalmente, a escuridão se abater sobre o ambiente”.

Outra faixa destacada por Borth é “Swing to the Circles of Time”: “nasceu como uma canção para piano e voz, na qual o eu-lírico busca conhecer a si próprio frente às adversidades do cotidiano, a fim de transcender o espaço e o tempo, tornando-se infinito. A personagem relata que, mesmo que terceiros a queiram ver sofrer, ela encontrará sua própria luz, e então dançará pelos círculos do tempo”.

A vocalista Lya Seffrin e o guitarrista e vocalista Leonardo Arentz dissecaram a música “Piece of Me”. Seffrin explica que a canção foi pensada para conter uma sonoridade mais suave: “algo mais tênue e sofrido, caracterizado pela voz de cabeça. Também fizemos uma versão que continha mais punch na voz, com a predominância da voz de peito, que trazia o sofrimento de uma forma mais densa. No fim, resolvemos transformá-la em um Frankenstein, misturando as duas propostas em uma só. Recebemos muito feedbacks positivos dessa música e dessa dinâmica bem variada entre as vozes. Agora, consigo ver como essa dualidade na voz é capaz de representar a mensagem da música de uma forma interessante, e fiquei feliz com o resultado”.

Arentz adiciona que a canção traz um dos sentimentos mais primordiais sobre perda que podemos sentir e a compara com outra música do disco, “The White Shores”: “assim como ‘The White Shores’, conta com uma letra bem melancólica que fala sobre alguns aspectos do luto e seus trajetos até a ‘melhora’ da alma, seja sobre um ente querido, um amigo que já se foi ou até mesmo um antigo amor já passado. ‘The White Shores’ pega muito pesado para mim, pois seu conteúdo engata em um assunto de perda muito pessoal”, explica.

O guitarrista e vocalista ainda apontou “Black Abyss” como sua canção favorita de The New Aeon: “é a canção onde mais posso expressar todo o potencial dos meus guturais adquiridos pelos anos na música, e não tenho palavras para descrever o turbilhão de sentimentos que ela impõe a quem ouve. Somada à letra com tons pesados de existencialismo e o duro caminho de libertação contra as correntes pesadas da alma, é facilmente a minha favorita do álbum”.

Para o baterista Johan Wodzynski, foi um desafio equilibrar suas ideias com as intenções iniciais dos compositores. “Eu peguei o bonde andando, pois entrei no projeto depois de seu início, mas deu tempo de dar a minha cara para cada um dos sons ao compor minhas partes na bateria. Me baseei nas ideias iniciais do Thiago e do João, mas acrescentei minhas ideias, meu jeito de tocar. Moldei as minhas características às necessidades de cada faixa e acredito que consegui um resultado bem equilibrado”, comenta.

Lya Seffrin refletiu sobre a experiência de gravar um álbum com músicas que a banda já apresentou ao vivo várias vezes: “gravar músicas que eu já canto há um tempo é muito melhor do que gravar antes de cantá-las em shows ou ensaios gerais. Parece que eu consigo criar uma intimidade maior com elas e trazer ainda mais criatividade e personalidade pro vocal. Isso acaba se desenvolvendo ao longo dos shows e sempre acabo variando uma coisa ou outra, o que me instiga ainda mais”, conta.

Ouça “The New Aeon” do Magistry

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