manny moura, cantora e compositora carioca com sede em Los Angeles, apresenta Object of Desire, seu novo single, que ela classifica como sua composição “mais vulnerável” até aqui. A música parte da experiência da rejeição sem o mesmo distanciamento de faixas anteriores, como Enough – a última a ser lançada pela artista –, que revisita questões do passado com certa empatia. Na canção que divide agora, manny moura retrata as dores do presente. “É um mergulho interno que conecta traumas antigos, como os da adolescência, com as inseguranças atuais”, conta. Ouça aqui e assista o clipe aqui.
A letra, escrita em inglês, traz questionamentos como: “e se eu fosse mais bonita?”, “mais interessante?”, “será que você me enxergaria?”. Object of Desire fala sobre não ocupar o lugar do desejo, mas sim o de amiga, de conselheira — alguém que está perto, mas que nunca é escolhida. “A música trata de um sentimento comum, mas pouco verbalizado: o de não se sentir suficiente aos olhos de alguém”, divide manny.
Musicalmente, a faixa com foco na interpretação vocal combina elementos do folk com uma produção pop, influenciada por nomes como Olivia Rodrigo e Taylor Swift. Object of Desire representa também um ponto de virada emocional e artístico. “É a primeira vez que me mostro com tanta clareza – reconhecendo minhas inseguranças, sem tentar suavizá-las”, conta.
Sobre o clipe que acompanha a música, a diretora criativa Gabriela Grafolin conta que: “o vídeo parte do paradoxo de ser mulher em um espaço onde seu corpo e presença existem, mas sua afetividade é ignorada. Ela não é o ‘objeto de desejo’ — é a facilitadora do desejo alheio. A que aconselha, a que observa, a que sente tudo em silêncio. Esse projeto visual subverte o próprio título da música: aqui, o ‘objeto de desejo’ não é a musa óbvia — é a garota invisível que segura a flecha, sem nunca tê-la recebido.”
A identidade visual de Object of Desire mantém o mesmo elo com o single anterior: a paleta de cores em tons de rosa típicos do trabalho de manny moura. Ainda assim, há uma mudança significativa na forma como a artista se apresenta. Nesta nova capa, seu olhar carrega uma ingenuidade — como se a imagem antecedesse, dentro da narrativa, os acontecimentos de Enough, single anterior. “Há um desejo claro no olhar, voltado ao objeto de admiração. É um momento de expectativa silenciosa, onde ainda existe a fantasia e a esperança de ser correspondida. Tudo está projetado no outro, sem olhos para si ainda. É a última cena antes da decepção, marcada por idealização e doçura”, explica Gabriela Grafolin, que assina a direção criativa.
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