Morten Harket, conhecido mundialmente como a voz do a-ha, revelou publicamente que vive com a doença de Parkinson. Aos 64 anos, o cantor norueguês decidiu compartilhar sua condição de saúde após anos mantendo o diagnóstico em sigilo, mesmo entre amigos próximos. “Aceitar o diagnóstico não foi difícil. O que me fez hesitar foi a necessidade de paz e silêncio para poder continuar trabalhando”, disse ele, em entrevista publicada no site oficial do grupo.
A declaração ocorre meses após Morten passar por procedimentos de estimulação cerebral profunda (DBS), realizados na Mayo Clinic, nos Estados Unidos. O tratamento avançado consistiu na implantação de eletrodos em regiões específicas do cérebro, ligados a um pequeno dispositivo sob a pele do tórax, que envia impulsos elétricos capazes de amenizar os sintomas da doença.
A primeira cirurgia ocorreu em junho de 2024, do lado esquerdo do cérebro. Em dezembro, a segunda parte do procedimento foi concluída com sucesso, no hemisfério direito. Os resultados foram visíveis: “Muitos dos sintomas físicos praticamente desapareceram”, relata Morten. O procedimento contou com o apoio da neurologista Christina Sundal, do NeuroClinic Norway, que já atuou em parceria com a equipe de Parkinson da própria Mayo Clinic.
Apesar dos avanços no tratamento, o vocalista deixa claro que a rotina exige vigilância constante. A combinação entre remédios, sinais dos eletrodos, qualidade do sono, alimentação e controle emocional exige um ajuste permanente. “É uma montanha-russa. O cansaço se acumula, o sono interfere, e o esforço para manter tudo equilibrado é grande”, afirma.
Nos bons dias, Morten mantém a rotina ativa, como demonstrado durante um fim de semana em sua casa de verão, ao sul da Noruega. Ele continua pilotando seu barco, ajudando vizinhos com ferramentas e mostrando a mesma força física que o consagrou nos anos 1980. Mas sua voz, instrumento central de sua carreira, já dá sinais da doença. “É uma das maiores incertezas em relação ao meu futuro criativo”, admite.
O Parkinson é uma doença neurológica progressiva, causada pela perda de células que produzem dopamina. Afeta cerca de 13 mil pessoas na Noruega e ao menos 10 milhões no mundo. Embora não seja fatal, compromete a mobilidade e a comunicação neuromuscular de forma progressiva. Morten convive agora com a condição de forma transparente, e espera que o assunto seja tratado com sensibilidade.
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