A banda norte-americana R.E.M., conhecida por seu engajamento político e social, lançou uma nova coletânea digital intitulada “We Are Hope Despite The Times”, em comemoração ao Dia Nacional de Registro de Eleitores nos Estados Unidos. A compilação reúne 18 faixas selecionadas pela própria banda, que fazem referência a temas de ativismo e responsabilidade social ao longo de sua extensa carreira.
Entre as canções escolhidas estão clássicos como “World Leader Pretend”, “Fall On Me”, “Welcome To The Occupation, Drive”, “Finest Work Song”, “Turn You Inside-Out”, “Pop Song ’89”, “Stand e It’s the End of the World As We Know It (And I Feel Fine)”. O nome da coletânea foi inspirado na faixa “These Days”, lançada no álbum “Lifes Rich Pageant” (1986), cuja letra inclui o verso: “We are young despite the years / We are concern, we are hope despite the times.” A ideia da banda é incentivar seus fãs a se manterem informados e a exercerem seu direito ao voto nas eleições deste ano.
O R.E.M. também está incentivando o público a visitar os sites vote.gov e headcount.org para registrar-se como eleitor ou atualizar suas informações de voto. Segundo a banda, é fundamental que os eleitores, especialmente os mais jovens, participem ativamente do processo democrático.
O envolvimento da banda com causas políticas não é novidade. Em 2016, o vocalista Michael Stipe e o baixista Mike Mills expressaram preocupação com a possível eleição de Donald Trump durante uma sessão de perguntas e respostas em Londres. Na ocasião, Mills afirmou esperar que a candidatura de Trump pudesse “mobilizar” os eleitores desiludidos. Desde então, o grupo tem sido um dos críticos mais contundentes do ex-presidente.
Em 2019, a banda reagiu publicamente ao uso de sua música “Everybody Hurts” em um meme compartilhado por apoiadores de Trump, que incluía imagens de políticos como Alexandria Ocasio-Cortez e Bernie Sanders em expressões desanimadas. A publicação foi removida, mas, na época, o R.E.M. postou em suas redes sociais: “World Leader PRETEND!!! Congress, Media–ghost this faker!!! Love, R.E.M.”, uma referência à canção “World Leader Pretend” (1988), cujo verso “I raised the wall and I will be the one to knock it down” ressoa como crítica ao então presidente.
Ainda em 2015, Trump utilizou outra música da banda, “It’s the End of the World As We Know It (And I Feel Fine)”, durante comícios de sua campanha, o que gerou uma reação furiosa de Stipe. Na época, o vocalista declarou: “Vão se f****, todos vocês. Não usem nossa música ou minha voz nessa charada ridícula de campanha.”
Mais recentemente, em 2020, Mike Mills revelou que o grupo considerou a possibilidade de acionar Trump judicialmente após o uso não autorizado de suas músicas durante um comício em Milwaukee. Segundo Mills, o R.E.M. “não aprova o uso de nossas canções” e descreveu o ex-presidente como “um fraude” e “um charlatão”.
Apesar da constante presença de sua música no cenário político e social, o R.E.M. deixou claro que não pretende voltar aos palcos como banda em tempo integral. Recentemente, o grupo reafirmou que uma reunião “nunca seria tão boa quanto antes” e que preferem manter o legado da banda intacto. Desde sua separação oficial em 2011, o R.E.M. tem se mantido relevante através de relançamentos e iniciativas como a nova coletânea, provando que sua música e mensagem ainda são poderosas ferramentas de mobilização e conscientização social.
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