Roddy Bottum, do Faith No More, lança autobiografia sobre arte, vício e sexualidade

Luis Fernando Brod
3 minutos de leitura
Roddy Bottum. Foto: Dustin Rabin.

Conhecido por sua atuação como tecladista no Faith No More, Roddy Bottum decidiu revisitar sua própria história.

A autobiografia The Royal We, anunciada para 4 de novembro, revela episódios de juventude, vício e descoberta pessoal.

O livro traz relatos da cena alternativa de San Francisco nos anos 1980 e de como Bottum enfrentou conflitos internos. Ele também explora sua trajetória criativa após se assumir gay e as formas como isso afetou sua arte.

No texto de divulgação publicado em sua newsletter, Bottum descreve o livro como uma obra franca.

Segundo ele, são memórias que abordam vício em heroína, sexo em locais públicos e comportamentos considerados subversivos. “Falo das coisas que me moldaram”, escreveu o músico.

Entre os temas abordados estão furtos, ameaças falsas de bomba, paixões da juventude e confrontos com a autoridade.

Roddy Bottum integrou o Faith No More desde o início dos anos 1980, sendo responsável por camadas melódicas que marcaram o som da banda. Ele participou da gravação de álbuns como The Real Thing (1989) e Angel Dust (1992).

Nos anos 1990, Bottum fundou o Imperial Teen, grupo pop alternativo que lhe deu mais liberdade criativa e visibilidade como letrista.

A mudança coincidiu com o momento em que tornou pública sua sexualidade, algo incomum no cenário do rock da época.

Além da autobiografia, os fãs poderão adquirir uma edição especial com conteúdo adicional. As pré-vendas incluem um livro de poesia chamado The Drugs And The Drugs And The Drugs, editado por Christopher Garrett. Também será oferecida uma camiseta exclusiva, desenhada pelo próprio Bottum.

Esses itens estarão disponíveis apenas com a compra antecipada do livro, segundo nota divulgada pelo autor.

Bottum explicou que o objetivo do livro não é causar choque, mas compartilhar uma história de crescimento.

Ele escreveu que os episódios narrados vêm de um lugar de espírito e libertação, com o olhar de quem sobreviveu e refletiu.

Ao reunir experiências vividas e contextos culturais do underground californiano, The Royal We busca ir além das memórias individuais. É também um registro de uma geração marcada por excesso, repressão e transformação social.

A publicação chega em um momento em que autobiografias musicais têm ganhado espaço entre leitores e editoras.

Ao lado de nomes como Kim Gordon, Patti Smith e John Lydon, Bottum agora adiciona sua voz à narrativa coletiva do rock alternativo.

Mas The Royal We promete se diferenciar pelo tom direto e pelos temas pouco abordados por colegas de geração.

“É um livro sobre mim, mas também sobre o mundo que vivi”, resume o tecladista em seu texto de apresentação.

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