SoundCloud nega uso de músicas para treinar inteligência artificial

Na última semana, uma polêmica envolvendo o SoundCloud agitou o cenário musical. Uma investigação publicada pelo site Futurism, em 9 de maio de 2025, revelou que a plataforma atualizou seus termos de uso em 2024. A mudança sugeria que conteúdos enviados por usuários poderiam ser usados para treinar modelos de inteligência artificial (IA). A notícia gerou indignação entre artistas e fãs, que não foram consultados sobre a alteração.

A cláusula em questão, segundo a investigação, afirmava: “Você concorda que seu conteúdo pode ser usado para informar, treinar, desenvolver ou servir como entrada para tecnologias de inteligência artificial”. Muitos usuários interpretaram o trecho como uma permissão para uso irrestrito de suas músicas. A falta de transparência na comunicação da plataforma intensificou as críticas.

Diante da repercussão, o SoundCloud respondeu rapidamente para esclarecer a situação. Marni Greenberg, vice-presidente sênior e chefe de comunicações da empresa, declarou à Futurism: “Nunca usamos conteúdo de artistas para treinar modelos de IA”. Ela reforçou que a plataforma não desenvolve ferramentas de IA nem permite que terceiros extraiam conteúdos para esse fim.

Greenberg explicou que o SoundCloud implementou salvaguardas técnicas, como uma tag “no AI” em seu site, para proibir usos não autorizados. A atualização nos termos, segundo ela, visava apenas esclarecer como conteúdos interagem com tecnologias de IA dentro das próprias plataformas da empresa. A declaração buscou acalmar os ânimos dos usuários.

O caso reflete um momento de tensões crescentes na indústria musical em relação à inteligência artificial. Outras plataformas, como o Spotify, já exploram a tecnologia, com ferramentas de escuta baseadas em IA para assinantes premium. No entanto, a resistência de artistas e preocupações éticas têm gerado debates acalorados.

Nos Estados Unidos e no Reino Unido, governos avaliam propostas para regulamentar o uso de IA na música. A polêmica com o SoundCloud expõe a necessidade de maior clareza e diálogo com os criadores. Para muitos artistas, a proteção de seus trabalhos frente a novas tecnologias permanece uma prioridade.

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