Steve Harris, fundador, força motriz e baixista do Iron Maiden, personifica o espírito formidável da banda em sua forma humana. Mais do que um músico, ele é um dos mais talentosos compositores que o mundo da música já produziu. Embora o Iron Maiden seja um grupo bastante democrático na divisão das composições, Steve sempre foi o mais prolífico, assinando alguns de seus hinos mais imortais. Para compreender a dimensão de sua contribuição, embarcamos em uma jornada pela discografia do Iron Maiden, explorando as composições que moldaram sua arte singular e a própria identidade da banda.
10. Infinite Dreams (1988)
Do álbum Seventh Son de 1988 um álbum amplamente considerado um pico criativo para o Iron Maiden, encontramos “Infinite Dreams”. Esta faixa combina magistralmente a mistura do álbum de hinos concisos e elementos mais aventureiros e progressivos. Uma criação tipicamente ponderada de Harris, “Infinite Dreams” apresenta grandes melodias que irrompem de todos os ângulos, complementadas por alguns dos melhores solos de guitarra duelados já gravados por Dave Murray e Adrian Smith. É um testemunho da capacidade de Harris de integrar ideias musicais complexas com uma composição poderosa e acessível.
09. The Red & The Black (2015)
Em 2015, “The Book Of Souls” entregou “The Red & The Black”, uma canção que conseguiu se destacar mesmo em um álbum que apresentava um épico de 18 minutos. Ela foi instantaneamente abraçada pelos fãs, tornando-se rapidamente uma favorita. Embora repleta das assinaturas melódicas e acordais características de Steve Harris, havia algo singularmente comovente e fresco nesta imponente composição. Ela demonstrou que, mesmo décadas em sua carreira, Harris possuía a capacidade de criar material novo que parecia ao mesmo tempo familiar e inovador.
08. Phantom of the Opera (1980)
Voltando à estreia da banda em 1980, “Phantom Of The Opera” encerrou o primeiro lado de seu álbum homônimo com uma quantidade absurda de fogo e pompa. Esta faixa se destaca como o primeiro épico verdadeiramente imaculado de Harris, uma composição expansiva que imediatamente diferenciou o Iron Maiden. Para muitos que cresceram no Reino Unido durante os anos 1980, ela permanece uma peça fundamental, mostrando um nível de complexidade e agressão que fez grande parte do movimento emergente da New Wave of British Heavy Metal soar comparativamente rudimentar. Ela ainda possui uma energia crua e visceral.
07. For The Greater Good Of God (2006)
Do “A Matter Of Life And Death” de 2006, um álbum frequentemente considerado entre os mais introspectivos, vem “For The Greater Good Of God”. Esta faixa, um sucesso garantido, mais uma vez mergulha na profunda loucura da guerra, explorando seu poder destrutivo e seu pathos inerente. Apresentada em todo o seu esplendor em gravações ao vivo, a canção é puro ouro de Harris, imbuída de um profundo senso de gravidade e um coração que compreende os aspectos mais sombrios do conflito humano. Sua qualidade duradoura fala da natureza atemporal de sua mensagem.
06. Blood Brothers (2000)
Saltando para o novo milênio, “Blood Brothers”, do “Brave New World” de 2000, surgiu como talvez a mais querida das canções pós-milênio do Iron Maiden. Esta faixa encapsula lindamente o profundo parentesco entre a banda e sua legião de fãs devotados. Com um refrão que realmente se eleva e um sentimento que parece mais importante do que nunca, este favorito ao vivo estabelecido revela um lado mais sincero da composição de Steve Harris, demonstrando sua capacidade de calor e união.
05. Aces High (1984)
“Aces High” serve como a abertura explosiva do álbum. Ela irrompe com uma vitalidade eletrificada que poucas faixas, mesmo do próprio Iron Maiden, superaram desde então. Esta canção é um dos feitos mais emocionantes de audácia composicional de Harris: uma batalha aérea de quatro minutos trazida à vida por instrumentação estrondosa e os vocais altíssimos de Bruce Dickinson, incorporando o espírito de uma sirene de ataque aéreo. Ela captura a essência da velocidade e do combate com precisão.
04. Rime of the Ancient Mariner (1984)
O ano de 1984 trouxe “Powerslave”, um álbum que mostrava o Iron Maiden como uma máquina bem azeitada. Dentro de sua grandiosidade reside “Rime Of The Ancient Mariner”, uma composição tão vasta e imponente quanto a icônica arte da capa do álbum. Com quase 14 minutos, esta faixa representa um momento em que a imaginação de Steve Harris realmente se soltou. Sua adaptação do lendário poema de Samuel Taylor Coleridge é vívida, dramática e intensamente pesada, empurrando o ethos central do Iron Maiden a novos e emocionantes extremos. Ela demonstrou a capacidade da banda para épicos complexos e de várias partes.
03. The Trooper (1983)
Em 1983, “The Trooper”, do “Piece Of Mind”, apresenta uma abertura que se tornou um dos cartões de visita mais reconhecíveis do heavy metal, provocando aprovação entusiástica em todo o mundo. O que torna este sucesso duradouro ainda mais notável é sua estrutura pouco convencional; ela evita em grande parte um refrão tradicional e, surpreendentemente, nunca menciona a palavra “trooper”. Essa engenhosidade composicional fala muito sobre a capacidade de Harris de criar música inesquecível que desafia as regras convencionais de composição, apoiando-se em riffs poderosos e uma narrativa envolvente.
02. The Number of the Beast (1982)
“The Number Of The Beast” é um testemunho do poder emergente da banda. Lançado em 1982, este terceiro álbum foi amplamente celebrado como uma obra-prima. Sua faixa-título permanece uma das canções de metal mais eletrizantes já gravadas. Ela combina perfeitamente a afinidade de Steve Harris por narrativas sombrias com o som de uma banda à beira da dominação global, atingindo seu ritmo em uma velocidade implacável. A canção, e o álbum, geraram controvérsia, mas seu mérito artístico e energia bruta eram inegáveis, impulsionando o Iron Maiden a um novo patamar.
01. Halloweed Be Thy Name (1982)
“Hallowed Be Thy Name”, do álbum “The Number Of The Beast” de 1982, é frequentemente apontada como uma das maiores canções de heavy metal de todos os tempos. Esta faixa possui uma profunda força emocional, exibindo a crescente habilidade do Iron Maiden em contar histórias. Sua narrativa sobre um homem condenado enfrentando a forca ressoou profundamente, capturando a imaginação de uma geração de fãs de metal. Aqui, Steve Harris consolidou sua posição como um compositor distinto, tecendo melodias e riffs que continuam a viver.
Através destas dez composições, traçamos a profunda influência de Steve Harris, não apenas como baixista, mas como o principal arquiteto do som e da visão do Iron Maiden. Sua habilidade em tecer narrativas intrincadas, explorar temas históricos e filosóficos, e entregar consistentemente música que é tecnicamente sofisticada e emocionalmente ressonante, solidificou seu lugar como um verdadeiro titã da composição de heavy metal. Seu espírito, de fato, galopa em cada nota, garantindo que o legado do Iron Maiden permaneça tão duradouro quanto suas melhores criações.