Cross Purposes, o 17º álbum de estúdio do Black Sabbath está completando 30 anos de existência, marcando um capítulo significativo na história da banda. Lançado em 1994, esse trabalho foi notável por marcar o retorno do vocalista Tony Martin e a entrada do renomado baterista Bobby Rondinelli.
A volta de Tony Martin foi recebida com entusiasmo pelos fãs, já que sua poderosa e distintiva voz havia sido uma parte essencial do Black Sabbath em álbuns anteriores, como The Eternal Idol e Headless Cross. Sua reintegração trouxe uma sensação de continuidade e autenticidade à banda, conectando gerações de fãs com a era clássica do Sabbath.
A adição de Bobby Rondinelli, conhecido por seu trabalho com bandas como Rainbow e Blue Öyster Cult trouxe uma nova dinâmica à formação. Sua habilidade técnica e estilo robusto na bateria complementaram perfeitamente a musicalidade pesada do Black Sabbath, proporcionando uma base sólida para as composições do álbum.
Cross Purposes é historicamente importante, pois demonstrou a resiliência e a capacidade de reinvenção do Black Sabbath. Mesmo após várias mudanças na formação, a banda continuou a produzir música de alta qualidade, mantendo sua posição como pioneira do heavy metal.
Os fãs têm visões diversas sobre o álbum. Alguns o consideram uma joia esquecida, subestimada em comparação com os clássicos mais antigos, enquanto outros o veem como uma parte essencial do legado do Sabbath. A mistura de opiniões reflete a diversidade musical apresentada no álbum, que mescla elementos de doom metal, hard rock e até mesmo toques progressivos.
O disco apresenta uma variedade de faixas notáveis. A faixa de abertura, I Witness, inspirada pela cultura de isolamento dos Amish, estabelece imediatamente a intensidade do álbum, com riffs poderosos e a voz inconfundível de Tony Martin. Cross of Thorns destaca-se pela atmosfera sombria e pelos solos de guitarra. Ela foi inspirada em uma conversa com empresário do Van Morrison, que estava ajudando a produzir alguns shows. Em uma conversa de boteco, Tony Martin perguntou-lhe como era viver ali, e ele disse: ‘É como carregar uma cruz de espinhos!’ . Já Virtual Death incorpora elementos mais contemporâneos e foi escrita por Geezer Butler, que à época estava ligado em todas aquelas coisas virtuais que começavam a se popularizar.
Ainda temos a Guerra Civil Iugoslava (Dying for Love), o cerco ao Ramo Davidiano do autoproclamado profeta David Koresh, resultando na morte de 80 pessoas no Texas em 1993 (Psychofobia) e os crimes da serial Killer britânica Beverley Allitt, também conhecida como “Anjo da Morte” (The Hand That Rocks The Cradle). Isso mostrou como Tony Martin estava mais atento a tudo ao seu redor, diferente do que havia composto em Headless Cross (satanismo) e TYR (contos e delírios nórdicos).
No geral, Cross Purposes é uma peça crucial no quebra-cabeça da discografia do Black Sabbath. Ao celebrar seu 30º aniversário, o álbum continua a ser apreciado pelos fãs leais e serve como um testemunho da duradoura influência e relevância dessa icônica banda de heavy metal.
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