Há quem diga que o The Darkness poderia ter alçado patamares mais altos dentro do rock não fosse a mão que as vezes pesa, seja no humor das letras ou nas extravagâncias vocais de seu líder e frontman, Justin Hawkins.
Fato é que a banda nunca mais repetiu o sucesso de sua estreia de 2003, Permission To Land. Mas ainda assim, mesmo que One Way Ticket To Hell… And Back… de 2005 tenha fracassado em vendagens, seguia a linha do primeiro álbum e entregou aquilo que era esperado, sem que a fórmula fosse alterada. Com o longo hiato para que inicialmente Justin cuidasse da saúde vieram dois trabalhos paralelos, com ele lançando o (fraco) Red Light Fever em 2009 de sua nova banda, Hot Leg e o subestimado Silver Spoons & Broken Bones do The Stone Gods de seu irmão Dan, lançado em 2008.
Após alguns shows de reunião em 2011 com a formação original, a banda lança os ótimos Hot Cakes em 2012, Last Of Our Kind em 2015 e Pinewood Smile em 2017. Cabe ainda o destaque de que em 2015 a formação da banda se estabiliza com a entrada do baterista Rufus Taylor (filho de vocês sabem quem). Vieram ainda os medianos Easter Is Cancelled em 2019 e Motorheart em 2021.
Agora em 2025 a banda retorna e em ótima forma com o novo (e ótimo) Dreams On Toast.
De uma bem sacada homenagem na capa e contracapa ao Cheap Trick e passando por riffs que deixariam Malcom Young orgulhoso (sim, ou você não sabia era ele o gênio da banda?) tudo aqui é redondo para que o quarteto distribua pouco mais de 33 minutos (ufa, mais um disco curto) de rock, puro e simples.
Com Justin cantando de forma menos extravagante em boa parte das 10 faixas temos uma ótima abertura (com ecos de The Stone Gods) em Rock And Roll Party Cowboy. E com ela também uma saudável tiração de sarro com o estereótipo do roqueiro americano médio.
I Hate Myself ainda que traga no riff e solo alguns metais, eles são bem-vindos em uma música que traz muito a atmosfera de 2015 de Last Of Our Kind.
A nunca negada influência de Queen chega na faixa seguinte Hot On My Tail seguida de mais uma pra cima, Motor Dread.
Voltamos para a música britânica, mas desta vez às músicas que permearam o britpop dos anos 90 com a balada Don´t Need Sunshine.
The Longest Kiss chega logo depois e é uma ode à música do Queen e também do Electric Light Orchestra. Após a audição, um ouvido (des)atento certamente atribuiria o solo dela à Sir Brian May, seguida da urgente The Battle For Gadget Land.
Quase que como um interlúdio acústico, Cold Hearted Woman abre caminho para o rock de arena de Walking Through Fire (difícil imaginar que ela não estará nas futuras apresentações da banda) e fechando com Weekend In Rome.
Necessário já que as vezes tudo que precisamos é de um álbum simples que nos entretenha por um determinado tempo, Dreams On Toast é um retorno aos ótimos registros lançados na década passada e a torcida de sempre para que a banda dê as caras por aqui novamente, já que se passaram quase 13 anos das únicas apresentações por aqui quando abriram os shows da Lady Gaga em Novembro de 2012.
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