Elton John e 50 anos de Rock Of The Westies

Victor Persico
5 minutos de leitura
Elton John - Rock Of The Westies Foto: Terry O'Neil

Elton John era dono de 2% da venda mundial de discos em 1975. Agora, uma mudança na banda era necessária. Nigel Olsson e Dee Murray são tirados de cena e Elton quer uma banda mais pesada.

Rock Of The Westies vinha na esteira dessas novidades e grandiosidades. O décimo trabalho de estúdio de Elton, lançado menos de cinco meses após Captain Fantastic and The Brown Dirt Cowboy, repetiu o feito inédito de alcançar o topo das paradas da Billboard logo no lançamento. Três dias antes de seu lançamento Elton receberia a sua estrela na Calçada da Fama.

Ainda com Davey Johnstone e Ray Cooper a tiracolo, Roger Pope assumiu a bateria e Kenny Passarelli o baixo. Caleb Quaye viria com uma segunda guitarra e James Newton Howard nos sintetizadores. Tudo para uma direção mais rock, o que é percebido durante o álbum.

Gravado no Caribou Rach, onde Elton John já havia postos os pés, fez o trocadilho com “West of The Rockies” devido a localização.

Com a animada “Island Girl” e um toque caribenho na letra, falando sobre uma prostituta e um cafetão, o álbum começou a ser promovido. Foi um sucesso, ocupando o primeiro lugar nas paradas de singles.

Para entender a onipresença de Elton na época, a faixa substituiu Bad Blood de Neil Sedaka. Elton está nos backing vocals e ajudando a divulgar o álbum de Neil, que havia recém assinado com a Rocket Records, gravadora de Elton.

Rock of The Westies: o mais funk de Elton John

Em um medley de três partes, Elton ataca com Yell Help/Wednesday Night/Ugly com as meninas da Labelle fazendo backing vocals e James Newton Howard preenchendo com clavinete, sintetizadores e cravo.

Dand Dare (Pilot Of The Future) foi a escolha de Elton para ser lançada como single também. Destaque para Davey Johnstone utilizando um talk box, que viria a ser famoso no ano seguinte por Peter Frampton em Show Me The Way.

Em uma letra bem humorada sobre uma turista que recebe um namorado possessivo, traz Davey assinando a faixa junto de Elton e Bernie Taupin. Uma das faixas mais pesadas da discografia de Elton? Talvez.

O ponto alto do álbum fica por conta de I Feel Like a Bullet (In The Gun of Robert Ford) com Bernie assumindo mais uma vez a sua ligação com o velho oeste, que é presença desde Tumbleweed Connection. Ajudou o single a alcançar a 14ª posição nos EUA.

Street Kids vem logo em seguida, sendo uma das faixas que passam batido, o que não deveria. Funkeada e animada, dá pra sentir toda a energia (se é que me entende) que ocorria dentro do estúdio no momento.

Hard Luck Story também segue a mesma linha de Street Kids. Com ela iniciando em volume que vai gradativamente sendo elevado e Elton cantando “Sometimes I think I’m going crazy, staring at the same four walls”.

Feed Me é esquecida, não chegou nem a ser tocada ao vivo. O que é uma lástima. O ambiente criado por Roger Pope na levada da bateria e Kenny Passareli é assombroso.

O álbum fecha com Billy Bones and The White Bird de modo épico, com uma batida que vem das entranhas de Bo Diddley e um coro incansável de “Check It Out”.

Em conclusão, é ótimo ver o quanto Elton, após percorrer seus discos de antes, neste ele não se leva à sério. Mais pop, mais rock ou mais funk, é um disco que você não espera. É um caminho novo que ele percorre.

Pode ser subestimado, pode ter fãs torcendo o nariz… Mas a liberdade que esse álbum toma é indescritível.

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