
Três anos após se firmar como uma das mais potentes bandas de hard rock do Brasil, a Malvada retorna em 2025 com um trabalho autointitulado que representa não apenas um novo capítulo na trajetória do grupo, mas também sua estreia em nível internacional, lançada pela respeitada gravadora italiana Frontiers Records. Com produção de Giu Daga premiado com três Grammys Latinos, o disco reúne força, identidade, maturidade e uma sensibilidade que poucas bandas conseguem equilibrar em um primeiro lançamento global.
Formada atualmente por Indira Castilho (vocal), Bruna Tsuruda (guitarra), Juliana Salgado (bateria) e Rafaela Reoli (baixo), a Malvada entrega um álbum que é, ao mesmo tempo, enérgico e emocional, com composições em português e inglês, dando corpo à versatilidade da banda e sua proposta de conquistar diferentes públicos.
Gravado no Adagas Studios (São Paulo) com a bateria registrada no Estúdio Orra Meu também na capital paulista, o disco é um reflexo direto da excelência técnica de Giu Daga, que atuou como produtor, engenheiro de gravação, mixagem e masterização. Sua marca é visível em toda a mix do álbum: som claro, coeso, com peso bem distribuído entre vocais cortantes, riffs marcantes que pulsa com precisão. Gustavo Barcellos também participou da captação das baterias, conferindo ainda mais refinamento à estrutura sonora.

A abertura com “Down the Walls” já dá o tom do disco agressivo, moderno, com melodias envolventes e uma performance vocal visceral de Indira. A sequência com “Yesterday (My End, My Beginning)” mergulha o ouvinte em uma atmosfera emocional, enquanto “Veneno”, primeiro single divulgado ainda em 2024, marca presença com um refrão forte e letra em português, reafirmando a raiz nacional da banda.
Outros destaques incluem a balada “I’m Sorry”, segundo single acompanhado de videoclipe emocionante que é uma canção sobre saudade e o impacto das escolhas da estrada na vida pessoal, e “Como se fosse hoje”, que soa como uma carta aberta ao passado, à memória e à superação. Já faixas como “Bulletproof” e “Dead Like You” evidenciam o peso e o groove que tornam a Malvada uma das bandas mais impactantes da cena atual.
Visualmente, o álbum também impressiona: a capa criada por Fernanda Victorello (conhecida por trabalhos com Sepultura e Viper) transmite a força simbólica da banda em sua fase mais madura. O material gráfico conta com fotografias de Caike Scheffer e o layout do encarte assinado por João Duarte, completando a estética com sofisticação e identidade.
O lançamento digital aconteceu em 13 de junho de 2025, nas principais plataformas de streaming como Spotify, Deezer, Apple Music e YouTube Music, além de versões físicas com distribuição nacional e internacional. O álbum chegou também acompanhado de forte divulgação: singles em videoclipe, como “Veneno” e “I’m Sorry”, e uma turnê intensa com datas em cidades como São José dos Campos, Curitiba, Londrina, Maringá, Mauá e Poços de Caldas.

Voltando ao álbum, ele traz uma variedade rítmica e lírica que escapa de fórmulas previsíveis. Faixas como “Fear” e “Aversão” exploram temas como resistência emocional, confrontos internos e crises identitárias, sem deixar de lado o peso instrumental e a presença intensa do quarteto. Já “After” e “So Sweet” revelam um lado mais contemplativo e sombrio, construindo paisagens sonoras que oscilam entre a delicadeza e a fúria com naturalidade.
Um ponto notável é o desempenho da vocalista Indira Castilho, que conduz cada música com uma entrega vocal dinâmica, alternando suavidade e agressividade com domínio absoluto. Sua voz é o fio condutor que unifica o repertório bilíngue e confere alma às canções. Ao lado dela, a guitarra precisa e afiada de Bruna Tsuruda, o baixo pulsante de Rafaela Reoli e a bateria orgânica e intensa de Juliana Salgado formam uma estrutura sólida, moderna e poderosa, a verdadeira espinha dorsal da Malvada.
O lançamento digital foi celebrado com ampla presença nas plataformas, sendo destaque em playlists de rock e metal nacional e internacional. A recepção crítica tem sido extremamente positiva, destacando não apenas a força da sonoridade, mas o fato de a banda ser composta exclusivamente por mulheres algo que ainda bem, não está se tornando raro no meio do rock pesado, sobretudo no Brasil.
A turnê de divulgação está sendo um marco à parte. Os shows trazem uma performance intensa e carismática, com destaque para a interação com o público e a entrega ao vivo que não perde em nada para o registro de estúdio. A banda tem lotado casas de médio porte e conquistado novos fãs em cada cidade por onde passa.
Com Malvada, a banda mostra quem realmente é e sem máscaras, sem concessões. O álbum deixa claro que elas não estão começando uma jornada, mas sim marcando território com um som que carrega vivência, coragem e intenção. É o tipo de estreia internacional que soa como uma carta aberta de quem já tem algo sólido a dizer.
A Malvada evita atalhos e fórmulas prontas. Em vez disso, entrega um disco com identidade própria cantado com o coração, tocado com garra e produzido com respeito à verdade de cada nota e que transita entre mundos mantendo a alma intacta.
Ao final da audição, não é só o som que fica é a sensação de ter conhecido alguém de verdade. E quando a Malvada se apresenta, não é só para tocar: é para ser sentida.
Indira Castillo: Vocal @imindiracastillo
Bruna Tsuruda: Guitar @tsuruda_bruna
Rafaela Reoli: Baixo @rafaelareoli/
Juliana Salgado: Batera @julianasalgado_
Deixe um comentário