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Psychedelic rock revival: 5 álbuns essenciais para entender o renascimento do rock psicodélico

Depois do lançamento do mais recente trabalho do Ty Seagall, Three Bells, álbum que me fisgou no momento que coloquei os fones de ouvido, fiz uma busca no google sobre psychedelic rock revival, já sabia da existência do termo, mas não havia dado tanta atenção. Nesta busca, acabei me deparando como uma postagem no Reddit, fórum de diversos assuntos americano que não tem tanta expressão aqui no Brasil, mas que é sem dúvida um dos mais importantes para qualquer assunto.

A discussão do fórum Reddit era, “Estamos na era de ouro da música psicodélica?”.

WE ARE IN A GOLDEN-AGE OF PSYCHEDELIC MUSIC
byu/Dismal_Adeptness_402 inpsychedelicrock

E assim como o disco de Ty Segall, entrei na toca do coelho da Alice e fui bucar mais informações do estilo que vem ganhando cada vez mais adeptos e resolvi escrever esse artigo que você pode ler abaixo.

Do rock psidodélico passando pelo neo-psychodelia e psychedelic rock revival

O rock psicodélico é um gênero musical que surgiu nos anos 1960, inspirado pela cultura psicodélica e pelas drogas alucinógenas, que alteravam a percepção da realidade. O estilo incorporou novos efeitos sonoros eletrônicos, técnicas de gravação inovadoras, solos instrumentais extensos e improvisação.

O rock psicodélico teve seu auge entre 1967 e 1969, com eventos marcantes como o Verão do Amor e o Festival de Woodstock, tornando-se um movimento musical internacional associado a uma contracultura que desafiava os padrões sociais da época e principalmente lutava contra a guerra.

Entre os principais nomes do gênero estão os icônicos artistas e bandas Grateful Dead, Jefferson Airplane, The Doors, Pink Floyd, The Beatles, The Rolling Stones, The Jimi Hendrix Experience, The Velvet Underground, entre outras. Cada uma delas trouxe sua própria identidade e influência para o gênero, criando obras-primas que marcaram a história da música.

No entanto, o rock psicodélico entrou em declínio no início dos anos 1970, devido a mudanças de atitude, à perda de alguns ícones, e ao surgimento e ascensão de novos estilos musicais, como o rock progressivo, o hard rock, o heavy metal, o glam rock, o punk rock, entre outros.

Nos anos 80 e principalmente os 90, o interesse pelo estilo foi retomado pelo público e artistas com a chegada do neo-psychodelia. com artistas como Beck e The Flaming Lips colocaram o estilo em pauta novamente.

O fato é que o rock psicodélico não morreu. Ele apenas se transformou e se adaptou aos novos tempos, dando origem a diversas vertentes e subgêneros, como o acid rock, space rock nos 70, o rock psicodélico brasileiro, o já citado neo-psicodelismo e mais recentemente, o seu renascimento com o psychedelic rock revival.

Essas novas formas de rock psicodélico mantiveram a essência do gênero original, mas também incorporaram novos elementos, como a música eletrônica, o indie rock, o rock alternativo, shoegaze, o folk, o funk, o soul, eletrônico, o hip hop, e até mesmo o pop.

Alguns exemplos de bandas e artistas que fazem parte do renascimento do rock psicodélico são: Tame Impala, MGMT, King Gizzard and the Lizard Wizard, Pond, Temples, The GOASTT, The Claypool Lenon Delirium, Unknown Mortal Orchestra, Khruangbin, Kikagaku Moyo, Altın Gün, Mdou Moctar, entre muitos outros.

Diferenças entre o rock psicodélico e o psychedelic rock revival

O psychedelic rock revival é um termo que se aplica às bandas que se inspiraram no rock lisérgico dos anos 60 para criar novas sonoridades e explorar novas possibilidades musicais. Portanto, a principal diferença entre o rock psicodélico e o psychedelic rock revival é o contexto histórico e cultural em que cada um se desenvolveu, bem como as influências e as características musicais de cada um. O rock psicodélico foi um movimento musical que marcou uma época de contestação e de busca por novas experiências, enquanto o psychedelic rock revival é uma forma de homenagear e reinventar esse estilo musical, trazendo novas referências e inovações.

Essas bandas e artistas trazem uma nova roupagem ao gênero sessentista, misturando influências de diferentes culturas, épocas e gêneros, criando uma música rica, diversa e original, que agrada tanto aos fãs do rock psicodélico clássico quanto aos novos ouvintes.

O renascimento do rock psicodélico é uma prova de que o gênero não é apenas uma moda passageira, mas sim uma forma de expressão artística que transcende as barreiras do tempo e do espaço, e que continua a encantar e a surpreender as novas gerações.


Os 5 álbuns essenciais para entender o psychedelic rock revival

Ty Segall – Manipulator (2014)

Apesar de achar Three Bells, álbum que saiu recentemente, Manipulator não teria como ficar de fora, esse que é um dos mais aclamados e elogiados do psychedelic rock revival, e traz uma sonoridade que mistura rock psicodélico, glam rock, garage rock e pop rock.

O álbum foi gravado em 14 meses, e contou com a participação de vários músicos, como Mikal Cronin, Charles Moothart e Emily Rose Epstein. A obra é marcada por canções cativantes, riffs de guitarra, solos de saxofone, teclados e vocais harmoniosos.

Algumas das faixas mais conhecidas de Manipulator são: Manipulator, The Singer, The Faker, Feel e The Connection Man.

Animal Collective – Merriweather Post Pavilion (2009)

Essa banda, e em especial esse disco foi uma grata surpresa, confesso que não sabia de sua existência. Quando coloquei pra tocar Merriwheather Post Pavilion abriu-se as portas da percepção.

O nono álbum de estúdio é a representação viva do psychedelic rock revival, um álbum que explora as possibilidades de elementos eletrônicos atuais, usando sintetizadores, samplers, sequenciadores e efeitos para criar texturas sonoras envolventes e hipnóticas.

O álbum ainda tem espaço para explorar elementos de pop, folk, rock e world music, criando um som eclético e diverso, que reflete as diferentes influências e personalidades dos membros do grupo. A obra é marcada por belas melodias, harmonias vocais, letras introspectivas e uma atmosfera psicodélica e onírica.

Algumas das faixas mais conhecidas de Merriweather Post Pavilion são: My Girls, Summertime Clothes, Brother Sport, Bluish e In the Flowers.

Tame Impala – Lonerism (2012)

Sempre torci o nariz pra esse nome (puro preconceito juvenil),porém, quando o estilo me fisgou, foi difícil correr dele. Em Lonesrism, Tame Impala homenageia o rock psicodélico dos anos 60, especialmente de bandas como The Beatles e Pink Floyd, mas também traz uma frescor ao estilo, usando elementos de rock alternativo, indie rock, pop e eletrônica.

O projeto é liderado pelo prodígio Kevin Parker e foi gravado quase inteiramente por ele, que tocou todos os instrumentos, exceto a bateria.

Percebe-se que Parker é um expert no estúdio pois cria camadas interessantes com pedais de efeito, teclados, guitarras e vocoders para criar um som rico, dinâmico e envolvente. Liricamente falando, os temas transitam entre solidão, alienação, ansiedade e amor, e por uma produção cuidadosa e detalhista.

Algumas das faixas mais conhecidas de Lonerism são: Feels Like We Only Go Backwards, Elephant, Apocalypse Dreams, Mind Mischief e Why Won’t They Talk to Me?.

MGMT – MGMT (2013)

O terceiro álbum de estúdio da banda americana MGMT é um dos álbuns mais ousados e experimentais do psychedelic rock revival. Confesso que fiquei surpreso em ouvi-lo, conheci a banda pelos hits Kids, Time to Pretend e Electric Feel.

MGMT é um disco que abraça a psicodelia, a eletrônica, o rock progressivo e o pop experimental, criando um som estranho, desafiador e intrigante, que mistura influências de bandas como The Velvet Underground, Syd Barrett, Suicide, Brian Eno e Spacemen 3. O álbum é marcado por letras surreais, irônicas e críticas, e por uma produção que explora os limites do som e da percepção e em nada lembra o sucesso comercial dos álbuns anteriores da banda, Oracular Spectacular (2007) e Congratulations (2010).

Algumas das faixas mais conhecidas de MGMT são: Alien Days, Your Life Is a Lie, Cool Song No. 2, Introspection e Plenty of Girls in the Sea.

King Gizzard and the Lizard Wizard – Nonagon Infinity (2016)

O nono álbum de estúdio da banda australiana King Gizzard and the Lizard Wizard é um dos trabalhos mais impressionantes e ambiciosos do psychedelic rock revival. O KGATLW é uma banda difícil de definir musicalmente, feita por seus integrantes que lançam discos espetaculares com sonoridades variadas e com uma velocidade de criação que é quase impossível acompanhar.

Em Nonagon Infinity a variação sonora está presente, é um álbum de rock psicodélico, mas também de rock pesado, com influências de metal, punk, garage rock, krautrock e surf rock e é marcado por riffs de guitarra, solos de flauta, bateria acelerada, vocais distorcidos e letras sobre monstros, robôs, demônios e viagens interdimensionais.

A obra é conceitual e possui nove faixas conectadas entre si, formando um loop infinito, que pode ser tocado sem pausas ou interrupções.

Algumas das faixas mais conhecidas de Nonagon Infinity são: Robot Stop, Gamma Knife, People-Vultures, Evil Death Roll e Road Train.

Bônus Álbum

Night Beats – Rajan(2023)

O álbum Rajan da banda americana Night Beats foi lançado em 14 de julho de 2023. Esse álbum é um dos mais recentes e aclamados do psychedelic rock revival, e traz uma sonoridade que mistura rock psicodélico, soul, R&B, funk e garage rock. Produzido por Dan Auerbach, vocalista e guitarrista do The Black Keys, e conta com a participação de músicos como Robert Finley, Leon Michels e Richard Swift. O disco é marcado por grooves contagiantes, riffs de guitarra, órgãos, metais e vocais cheios de soul.

Algumas das faixas mais conhecidas de Rajan são: Ticket, Holy Roller, New Day, Revolution e Stuck in the Morning.

Ouça a playlist da ÁLBUM ESSENCIAIS DISCONECTA: PSYCHEDELIC ROCK REVIVAL

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