A partir de hoje aqui no Disconecta estreamos uma nova coluna semanal, chamada ROCK RARITY apresenta. Nesta coluna iremos trazer à você bandas obscuras dos mais diversos gêneros para seu conhecimento. Pra esta primeira matéria, separamos a banda AARDVARK do Reino Unido.
Uma sonoridade Progressiva, sem guitarras, na qual os teclados teriam grande destaque, era exatamente o que o quarteto britânico AARDVARK se propôs a fazer. O primeiro disco autointitulado da banda, foi lançado em 1970 e os músicos que participaram da gravação foram Stan Aldous no baixo, Frank Clark na bateria, Steve Milline nos teclados, gravador e vibrafone e Dave Skillin nos vocais. Definir o som do AARDVARK talvez não seja muito fácil, mas o ouvinte poderá dizer que sua música tem o poder do trio Emerson, Lake and Palmer mesclado com um pouco de Rhythm & Blues à la PROCOL HARUM.
Como é de se esperar, as composições são fortemente baseadas no órgão Hammond, onde o peso da música que está sendo realizado pelo fuzzed-up, de uma certa maneira simula o trabalho de uma guitarra “distorcida”. Há também uma boa participação do piano, e os vocais crescentes de Skillin são bem agradáveis. As músicas, embora não sejam muito originais, são bastante melódicas e apresentam alguns bons refrões harmônicos.
Abrindo o disco, Copper Sunset começa com um forte riff de teclado e é bom um exemplo de música simples e direta. As duas músicas seguintes continuam com um estilo bem similar. Very Nice of You to call apresenta um piano bacana que de alguma forma sugere alguma banda Pop dos anos sessenta, e Many Things to Do tem um verso que se repete monotônicamente. The Greencap tem vocais difusos lembrando 21st Century Schizoid Man, do KING CRIMSON, e I Can’t Stop, fecha o lado A do vinil com interessantes soluções rítmicas e reviravoltas.
O lado B talvez seja o que mais agrade o ouvinte e principalmente o fã de Prog psicodélico. Outing – Yes é uma composição que traz um Rock bem humorado, liderado pelo órgão hammond, mas logo em seguida as interferências psicodélicas assumem o controle, e o ouvinte incauto é afundado em um mar de caos tonal. Algo como uma homenagem a Interstellar Overdrive do PINK FLOYD. À seguir, Once Upon A Hill, se contrapõe a loucura de Outing. É bastante calma e traz um vocal bastante emocionante a seguindo num estilo Lullaby (Canção de ninar), a faixa termina com uma ótimo órgão de igreja. Os 7 minutos e 35 segundos de Put That In Your Pipe and Smoke It encerra o disco, que segue com o órgão de forma bastante organizada até que uma certa insanidade rítmica surge. Stan Aldous é simplesmente brilhante na base insana que criou. Enquanto isso Steve Milliner traz alguns duelos de melodias, enquanto Frank Clark e seu bumbo atropelam o ouvinte desatento.
Em resumo Aardvark é um esforço musical honesto e interessante, recomendado para colecionadores de discos do início dos anos 70, apaixonados por órgão Hammond, e fãs de Heavy Prog e de bandas contemporâneas do AARDVARK, como SPRING, CRESSIDA e FIELDS.
Em 2016, um segundo trabalho do AARDVARK foi lançado por um selo independente. Essas lendas do Rock do início dos anos 1970, emergiram de seu underground com um novo álbum impressionante gravado apenas por Dave Skillin e Steve Millliner.
Artista: AARDVARK
Album: Aardvark
Ano: 1970
País: Reino Unido
Gênero: Heavy Prog
Faixas
01. Copper Sunset (3:17)
02. Very Nice Of You To Call (3:39)
03. Many Things To Do (4:22)
04. Greencap (6:04)
05. I Can’t Stop (5:28)
06. Outing (9:50)
07. Once Upon A Hill (3:03)
08. Put That In Your Pipe (7:13)
Duração: 42:56
Músicos:
– Dave Skillin: vocais
– Steve Milliner: piano, celesta, Órgão Hammond, gravador, vibraphone, marimba
– Stan Aldous: baixo
– Frank Clark: bateria, percussão
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