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Smashing Pumpkins retorna ao Brasil após 9 anos no Espaço Unimed

É um dia 03 de novembro de 2024 chuvoso em São Paulo, e no palco, Billy Corgan sorri e se diverte com seus colegas de banda.

Tá aí uma coisa impensável de se dizer anos atrás. O Smashing Pumpkins, banda já clássica que fez muito sucesso na década de 90, sempre foi notória pela grande quantidade de conflitos internos: drogas, separações entre integrantes, e a já famosa postura de déspota de Billy, que desde muito cedo sonhava em ser Rock Star a qualquer custo.

Quando enfim alcançou o que queria, as polêmicas, a insatisfação e a tristeza vieram a reboque. A formação clássica ainda duraria, aos trancos e barrancos até os anos 2000, passando pelo Brasil no Hollywood Rock em 96 (que tinha também o The Cure no line-up) e em 1998, promovendo o controverso “Adore”.

De lá pra cá, a banda ainda teve duas passagens (Planeta Terra 2010 e Lollapalooza 2015) que não trouxeram boas lembranças aos fãs, em meio a repertórios repletos de faixas da segunda e malfadada fase da banda (só com Corgan como integrante original).

Então é reconfortante ver James Iha (guitarra) e Jimmy Chamberlain (bateria) voltando com a banda ao Brasil após 26 anos (a baixista original D’Arcy ficou de fora da reunião), além dos músicos contratados Jack Bates (baixo) e a incrível Kiki Wongo (guitarra, escolhida em meio a mais de 10 mil candidatos ao posto).

Após o bom show de abertura da banda Terno Rei, incluindo várias canções do ótimo disco “Violeta” (2019), os abóboras iniciam pontualmente seu show, com as pesadas “The Everlasting Gaze” e “Doomsday Clock”, seguidas de uma também pesada cover para “Zoo Station” do U2, que bem poderia ter dado lugar a algum clássico original ignorado no setlist.

Só depois dessas 3 primeiras músicas, vêm o primeiro clássico da banda, “Today” e sua irônica primeira frase, lembrando de tempos não tão felizes para Billy. O que se viu em seguida foi uma alternância entre clássicos dos discos “Siamese Dream” (1993) e “Mellon Collie and Infinite Sadness” (1995) e músicas bem escolhidas dentre as 33 do obviamente irregular “ATUM” (2023), além da faixa “Sighommi” do recém lançado “Aghori Mhori Mei”, todas executadas com o volume no talo, e demonstrando o entrosamento desta formação, que vem de vários shows em suporte ao Green Day nos EUA.

Uma surpresa dos shows no Brasil, com relação aos setlists anteriores da turnê, é balada “Perfect”, de “Adore”(1998), que também comparece com a batida eletrônica de “Ava Adore”.

Nos raros intervalos entre as músicas, brincadeiras entre Iha e Corgan sobre o GP de Fórmula 1, que aconteceu na cidade no dia do show, e os tais sorrisos do líder da banda, coisa inimaginável nos tempos em que a banda surgia antipática no Programa Livre do SBT.

No fim, teve até cover não prevista de “Ziggy Stardust”, de David Bowie, cantada por James Iha, encerrando uma noite memorável, naquela que pode ter sido a melhor apresentação da banda no país.

Autor

  • Virgilio Migliavacca (@virchico no X – @virgiliomm no Instagram) é servidor público, trabalhou 10 anos na área de financiamento a projetos culturais pelo Governo do Estado do RS. Pai do Théo, apaixonado por quadrinhos, rock alternativo e por uma IPA gelada.

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