A estreia do Alice in Chains em 5 de agosto e o início da cena grunge

Luis Fernando Brod
3 minutos de leitura
Alice in Chains em 1987. Foto: Reprodução/Wikipedia.

Na noite de 5 de agosto de 1987, o Alice in Chains subiu ao palco pela primeira vez. O local foi o clube Spokane Eagles Auditorium, em Washington. A formação já incluía Layne Staley e Jerry Cantrell.

Na época, a banda ainda buscava uma identidade. Mesmo assim, o show representou mais que uma simples estreia em bar. Foi o primeiro passo rumo a um cenário que, poucos anos depois, ganharia projeção global com o nome de grunge.

O Alice in Chains surgiu após o fim da banda Sleze, projeto anterior de Layne Staley. Cantrell conheceu Staley em uma festa, e o entrosamento musical logo levou à formação da nova banda.

No primeiro show, além de faixas próprias, o repertório incluía versões de artistas como Slayer, David Bowie e Armored Saint.

A mistura já revelava a direção sonora: um hard rock sombrio, introspectivo e distante dos clichês do metal oitentista.

Em 1987, a cidade de Seattle já fervilhava com nomes como Soundgarden, Green River e Melvins. Mas ainda não havia uma coesão estética definida. Cada banda buscava seu caminho entre o punk, o metal e o rock alternativo.

O Alice in Chains foi uma das primeiras a incorporar elementos do heavy metal a letras sobre vício, perda e isolamento.

Essa combinação se tornaria marca registrada da banda, e influência central na consolidação do grunge no início dos anos 1990.

Após o lançamento do EP “We Die Young”, em 1990, a banda ganhou atenção da Columbia Records. O álbum “Facelift”, lançado no mesmo ano, trouxe o single “Man in the Box”, que ampliou sua visibilidade nacional.

Com o sucesso crescente, o Alice in Chains passou a ser mencionado ao lado de Nirvana, Pearl Jam e Soundgarden. Esse quarteto definiria a chamada “era de ouro” do grunge entre 1991 e 1994, marcando a cena de Seattle para sempre.

O show de estreia em agosto de 1987 não teve grande público nem repercussão imediata. Mas ele deu início a uma trajetória que combinaria peso, melodia e introspecção como poucas bandas da época.

Layne Staley se tornaria um dos vocalistas mais expressivos do rock dos anos 1990, com interpretações marcadas pela vulnerabilidade.

Já Jerry Cantrell consolidaria seu estilo de composição baseado em harmonias vocais e riffs densos.

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