Donny Hathaway nos deixou em tragicamente em 1979. Dono de uma genialidade absurda, entregou regravações clássicas e um dos duetos mais belos da história da soul music ao lado de Roberta Flack.
Com uma carreira que durou apenas 13 anos, lançou quatro álbuns de estúdio e um ao vivo que merecem destaque na história da música. Duas vezes recebendo certificação de ouro, Donny encontrado morto na calçada abaixo da janela do seu quarto no 15º andar do hotel Essex, em Nova Iorque.
Posteriormente viria a influenciar nomes como Elton John, Alicia Keys, Raul Midón, Stevie Wonder, Amy Winehouse e George Benson.
Confira abaixo cinco músicas para se apaixonar pelo som de Donny Hathaway.
The Ghetto
Um hino social instrumental que se joga na soul music e jazz com uma das levadas rítmicas mais densas na discografia de Donny Hathaway. Aliás, ao som de um piano wurlitzer, Hathaway improvisa ao som praticamente afro-cubano com congas. A faixa chegou até a 87ª posição e viria a ser mais intensa no álbum ao vivo de 1972.
A Song For You (1971)
Leon Russel a escreveu, Andy Williams a regravou, Ray Charles também, mas é Donny que a faz sua. Com parte orquestral de cordas, Jerry Wexler na produção, a faixa beira à religião mais pura da soul music com a intensidade marcante de Donny.
Where Is The Love (1972)
Um dos “casamentos” mais bem sucedidos da música, a cumplicidade e originalidade de Roberta Flack ao lado de Donny beiram a perfeição. A faixa é o diálogo entre duas pessoas, onde uma percebe que o amor se esvaiu e aquela que ama continua apaixonada por outra pessoa.
Quinta posição na BIllboard Hot 100, chegou a aparecer também nas paradas Easy Listening e R&B e ganharia o Grammy de Melhor Performance Vocal.
The Closer I Get To You (1977)
Mais um dueto com Roberta Flack, Donny esbanja intensidade e, por incrível que pareça, em um dos momentos mais difíceis de sua vida. Com as graves crises de depressão, chegando a ser hospitalizado, foi gravada com os dois em estúdios diferentes. Enquanto Flack gravou em Nova York, Donny fez sua parte em Chicago.
Segundo Roberta, a faixa seria sempre uma dedicatória a Hathaway, e que todo o dinheiro arrecadado com a música seria doado à viúva e os dois filhos de Donny Hathaway.
Love, Love, Love (1972)
Primeiro single do último álbum de Donny, traz Cornell Dupree na guitarra, Willie Weeks fazendo uma das linhas de baixo mais marcantes do álbum.
O mais impressionante é que, sabendo de toda a sua luta e histórico mental, Donny se entrega, se faz intenso. É por essas cinco músicas que você consegue ter uma ideia do quanto monstruoso Donny foi.
Nem uma mente quebrada tira a genialidade. Donny Hathaway foi maior do que os percalços da vida.