Mick Taylor e sua saída dos Rolling Stones: os bastidores de um rompimento turbulento

Quando Mick Taylor entrou para os Rolling Stones em 1969, substituindo Brian Jones, sua técnica refinada e feeling apurado trouxeram nova profundidade ao som da banda. No entanto, sua saída abrupta em dezembro de 1974 sempre foi cercada por especulações. O produtor e engenheiro Glyn Johns, que acompanhou os Stones desde os anos 1960, relembrou mudanças significativas no comportamento do guitarrista após as gravações de Exile On Main Street (1972).

Em entrevista à revista MOJO, Johns descreveu como Taylor passou de “um jovem quieto e charmoso” para alguém mais instável, influenciado pelo consumo excessivo de drogas. “Eu estava mixando o disco e disse a Mick Jagger: ‘Ou ele vai ou eu vou’”, revelou o produtor, ressaltando o ambiente caótico que cercava a banda naquele período.

As gravações de Exile On Main Street ocorreram na Villa Nellcôte, no sul da França, em meio a um turbilhão de festas, substâncias ilícitas e improvisos musicais. Mais tarde, Jagger pediu que Johns finalizasse as fitas em Londres. O produtor relatou um episódio tenso envolvendo Taylor, que fez overdubs de bateria, baixo e vocais em uma faixa. Questionado sobre a remoção desses trechos, Johns foi categórico: “Os Rolling Stones têm um baterista excelente e um baixista excepcional. Você, sunshine, toque guitarra e espere para ouvir quando eu terminar.”

A situação exigiu a intervenção de Jagger, que precisou convencer Mick Taylor a sair do estúdio para permitir que a mixagem prosseguisse. Em dezembro de 1974, sem um anúncio formal ou despedida grandiosa, o guitarrista comunicou sua saída da banda. Décadas depois, superando os desafios pessoais e o abuso de drogas, Taylor construiu uma trajetória solo e, em 2013, voltou a tocar com os Stones na turnê 50 & Counting, celebrando sua marcante contribuição ao grupo.

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