Kevin Parker, mente por trás do Tame Impala, voltou a refletir sobre o disco “Currents”, que completa uma década em 2025.
O álbum marcou uma mudança drástica na sonoridade do projeto, trocando guitarras psicodélicas por sintetizadores e batidas eletrônicas.
Em novo depoimento publicado nas redes, o músico comentou a pressão criativa e as inseguranças vividas na época. “Não sabia se era ótimo ou vergonhosamente ruim”, escreveu Parker, ao recordar o lançamento do álbum.
Lançado em julho de 2015, “Currents” sucedeu os elogiados “Lonerism” (2012) e “Innerspeaker” (2010). A guinada estilística gerou reações mistas, mas também levou o Tame Impala a novos públicos e festivais internacionais.
Canções como “Let It Happen” e “Eventually” se tornaram centrais nos shows da banda, mesmo com a resistência inicial de parte dos fãs. “Quando tocamos ‘Let It Happen’ ao vivo hoje, ainda sinto aquilo bem fundo”, afirmou Parker.
Kevin Parker contou que teve mais de uma crise existencial durante a produção e o lançamento do disco. Ele questionava se estava prestes a perder sua base de fãs ao mudar tanto de direção musical.
“Me perguntam se me senti orgulhoso depois de fazer esse disco. A resposta é sempre: absolutamente não”, escreveu o músico.
As incertezas, segundo ele, estavam presentes em todo o processo, do início até a finalização das mixagens.
Apesar das dúvidas, Parker lembra de momentos em que o entusiasmo superava o medo. “Durante os altos, quando eu esquecia de me importar com o que iam pensar, parecia pura mágica”, descreveu.
Ele citou noites ouvindo as mixagens dentro do carro, em que acreditava plenamente no que havia criado. “Mesmo que parecesse totalmente no escuro, eu sabia que precisava continuar e acreditar”, concluiu.
“Currents” colocou o Tame Impala em destaque nas paradas e ampliou sua presença no mercado internacional. O disco foi lançado pela Interscope nos Estados Unidos e pela Modular Recordings na Austrália.
A produção, gravação e mixagem ficaram todas a cargo de Parker, em seu estúdio caseiro, como nos álbuns anteriores.
Hoje, o músico celebra os dez anos do trabalho com gratidão e com uma visão mais madura sobre o que realizou.
“Obrigado a todos que acreditaram comigo, vocês sabem quem são”, escreveu ele ao encerrar o texto comemorativo. A publicação reforça o quanto o disco representou uma aposta pessoal, feita sem garantias de aceitação.
“Currents” permanece como um marco na discografia do Tame Impala, tanto pelo som quanto pelas escolhas envolvidas.