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Eliminator: o maior sucesso de ZZ Top

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A banda ZZ Top lançou Eliminator em 23 de março de 1983, um marco significativo em meio a um cenário musical em transformação. Naquela época, o Van Halen estava prestes a lançar ‘1984’ (janeiro de 1984), consolidando o uso de sintetizadores no rock and roll. Embora a MTV já indicasse uma crescente tendência para essa abordagem musical, ZZ Top, liderado por Billy Gibbons, encontrava-se hesitante, mas ao mesmo tempo destinado a revitalizar seu som para se alinhar aos tempos emergentes.





O álbum anterior, El Loco, recebeu uma recepção morna para uma banda com a estatura do ZZ Top. Portanto, o grupo reconheceu a necessidade de uma mudança; alguns chamariam isso de “expansão de seu horizonte sonoro”. Era hora de explorar novos caminhos, e a decisão de incorporar sintetizadores não foi apenas influenciada pela MTV, mas também pelos ventos de mudança que sopravam em Londres, durante uma viagem prévia ao processo de gravação em Memphis. Na capital britânica, a banda percebeu uma aura de “Novo Romantismo”, não apenas em termos de tecnologia, mas também na moda. Destes passeios pela cidade nasceu a inspiração para a icônica música ‘Sharp Dressed Man’, que encontrou seu lugar em Eliminator.





De volta aos Estados Unidos, o ZZ Top entrou no estúdio para gravar o álbum. Embora a maior parte do trabalho tenha sido liderada por Gibbons e pelo produtor e empresário da banda, Bill Ham, a exploração do uso de sintetizadores foi uma colaboração estratégica. Enquanto Gibbons e Ham trabalhavam nas músicas pré-existentes, o baixista Dusty Hill e o baterista Frank Beard desempenharam papéis complementares. O resultado foi fascinante; o ZZ Top produziu canções que se tornaram clássicos, conquistando espaço na MTV e nas rádios ao redor do mundo. Essa ascensão os transformou em estrelas globais, embarcando em uma turnê mundial de 142 datas, de maio de 1983 a fevereiro de 1984.

A capa do álbum também merece destaque, apresentando um Ford 1933 cupê três-janelas vermelho apelidado de “Eliminator”. Esse carro não é apenas um adorno visual, mas uma extensão perfeita da essência da banda. O ZZ Top, conhecido por seu rock básico enraizado no blues, é composto por guitarra (Billy Gibbons), bateria (Frank Beard) e contrabaixo (Dusty Hill). O som robusto e melódico da banda se assemelha ao ronco potente de um motor V-8, e o carro na capa é uma representação simbólica dessa sonoridade poderosa.

Após sua participação nos videoclipes do álbum, o Eliminator não se tornou apenas um símbolo estático, mas também embarcou em viagens promocionais notáveis, incluindo uma travessia de Los Angeles a Nova York em 1989, com Billy Gibbons ao volante. Essa jornada não apenas reforçou a conexão entre a banda e seu icônico veículo, mas também realçou a atitude audaciosa do ZZ Top, combinando perfeitamente com a imagem do hot rod vermelho.

Posteriormente, o Eliminator encontrou seu lugar de destaque no Museu e Hall da Fama do Rock and Roll em Cleveland, Ohio, onde permanece em exposição. Sua presença no museu é significativa não apenas pela associação com o ZZ Top, mas também por seu papel na revigoração da cultura hot rod, que enfrentava influência diminuída na década de 1980. O Eliminator, assim, torna-se um elo valioso entre a música e a cultura automobilística, contribuindo para preservar e celebrar a herança do rock.

Com Eliminator, o ZZ Top vendeu mais de dez milhões de cópias apenas nos Estados Unidos, conquistando assim o prestigiado disco de diamante. Mesmo com esse sucesso estrondoso, a banda foi desafiada por uma oferta inusitada da Gillette, que propôs que cortassem suas distintivas barbas em um anúncio, oferecendo um milhão de dólares como recompensa. A resposta de Billy Gibbons reflete não apenas a recusa à proposta, mas também a consciência irônica da imagem peculiar que ajudou a consolidar: “Não podemos fazer algo assim, somos muito feios sem elas”.

https://open.spotify.com/intl-pt/album/4KW6YVbF8E3kexYcl0k4IK?si=m48UNxdZQIis4TN51NkTzA

Autor

  • Julio Mauro

    Júlio César Mauro é um nerd de carteirinha e pai de duas meninas, com um jeito peculiar, às vezes um pouco ranzinza, e sempre lidando com o desafio de viver com TDAH. Sua carreira na música não foi como ele esperava, mas ele se destacou na TI, onde já soma 26 anos de experiência. Conhecido por ser franco e por um senso de humor afiado que nem sempre é entendido por todos, Júlio também teve uma fase como co-apresentador do programa Gazeta Games na Rádio Gazeta de São Paulo, onde mostrou seu lado gamer. E a música? Continua sendo uma de suas grandes paixões.

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