Elton John e Bernie Taupin: 50 anos de “Captain Fantastic…”

Diretamente do fim do mundo para a sua cidade, há 50 anos, Elton John lançava o álbum Captain Fantastic and The Brown Dirt Cowboy.

Primeiramente, um dos melhores álbuns da carreira de Elton John. Autobiográfico, em nenhum momento se passou a ideia de “tenho que fazer um álbum melhor que o último”.

Em contrapartida, viria a se tornar o último álbum da década de 1970 a ter o lineup clássico da Elton John Band: Dee Murray, Davey Johnstone, Nigel Olsson e Ray Cooper.

Antes do álbum que viria, Rock Of The Westies, Dee e Nigel seriam demitidos.

Captain Fantastic chegou para bater recordes e colocar o músico em um patamar maior do que em 1973, quando lançou Goodbye Yellow Brick Road.

Além de tudo, dava uma intimidade grande para os ouvintes com canções como Bitter Fingers Someone Saved My Life Tonight. Contudo, não é um álbum muito alegre, mas sólido e sincero.

E chegou dando um chute na porta! O álbum alcançou o número 1 em sua primeira semana, sendo que já ocupava a colocação antes de estar nas lojas. Em quatro dias, chegava à marca de 1,4 milhão de cópias vendidas. E permanecendo no topo durante sete semanas. Elton era dono de 2% das vendas do mundo. O que é algo gigante, até para os dias de hoje.

Escrito por Bernie Taupin e gravado pela banda em ordem cronológica, o álbum dá uma visão da dupla em Londres. Claro que não pode deixar de destacar as personas do título do álbum, que são Bernie Taupin e Elton John.

Desprovido de números de rock da fase Don’t Shoot Me e sobrecarregado com alegorias de Goodbye Yellow Brick Road, é mais leve do que Caribou, lançado no ano anterior. Elton está com a voz cansada, áspera e rouca.

Captain Fantastic se tornou um êxito, pela sonoridade, história. E o mais incrível: nenhuma das músicas eram comerciais.

Faixa a Faixa

Misturando country com rock, a faixa-título abre o álbum, como se fossem duas músicas em uma. Descrevendo a figura literária do Capitão e do Cowboy, é possivel ver uma explosão em cima de dois garotos se tornando as duas personas.

Seguimos em um ambiente cheio de prostitutas, orgias e drogas. Em Tower Of Babel  foi descrito fielmente o âmbito do rock setentista. Em meio às festas, Taupin compara o cenário com Sodoma e Gomorra. Os traficantes estão lá embaixo, preenchendo as receitas para um novo ataque do coração. Aliás, é de conhecimento geral que um dos sinônimos de anos 1970 é cocaína.

Bitter Fingers é um clamor pelo sucesso, com a dupla cansada. Fato que Elton se apresentava em pubs tocando músicas antigas para velhos bêbados. Para uma dupla tão grande, já estava sendo um pé no saco aturar os velhos “Tra-la-lás e Dlá-di-dás”.

Someone Saved My Life Tonight foi finalizada com Elton aos prantos. A música mais famosa do álbum tocava na ferida do pianista, ao contar sobre o desastroso namoro de Elton com Linda Woodrow, que resultaria em uma tentativa de suicídio.

Ademais, o someone da letra seria Long John Baldry, o cara que simplesmente tirou Elton do armário e o fez interromper o noivado e não arruinar a vida.

Seguindo, o álbum traz as pérolas Meal Ticket e Whistle Blows. Em Better Off Dead Writing  são notáveis as parafernalhas percussivas de Ray Cooper, dando charme para as duas.

Enfim, o álbum termina com We All Fall In Love Sometimes Curtains. A primeira, como se fosse uma declaração de amor de Taupin para Elton. A relação não era sexual, mas como dois irmãos que se ferraram muito e conseguiram alcançar o estrelato.

Anos mais tarde, continuariam o disco com The Captian And The Kid… Mas esta é outra história.

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